Caminho da propina para o PT, em São Bernardo, passava por Testas de Ferro, diz revista “Isto É”

 

ABCD - 20/06/2018 - 06:16:40

 

Caminho da propina para o PT, em São Bernardo, passava por Testas de Ferro, diz revista “Isto É”

 

Da Redação .

Foto(s): Reprodução site / deputado Luiz Fernando / Ana do Carmo

 

Ex-prefeito Luiz Marinho e o atual deputado estadual Luiz Fernando, ambos do PT

Ex-prefeito Luiz Marinho e o atual deputado estadual Luiz Fernando, ambos do PT

A OAS, envolvida na Operação Lava Jato, durante a gestão do petista Luiz Marinho como prefeito de São Bernardo (2009 a 2016), obteve alto faturamento sangrando os cofres da prefeitura. Em apenas oito anos, a OAS obteve grandes vantagens, como aponta deleção, na administração petista do protegido e preferido do ex-presidente Lula, hoje preso na PF de Curitiba. Uma grande triangulação se vislumbra neste reforçado esquema de corrupção por meio de um conluio entre o presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, o então prefeito Luiz Marinho, hoje pré-candidato a governador de São Paulo pelo PT, e o ex-presidente Lula.

A OAS foi contratada com generosos recursos do governo federal, sob a gestão petista, com provável direcionamento em licitações de forma fraudulenta, conforme delação de Léo Pinheiro. Fica mais clara a situação sobretudo a partir de 2012, sob orientação direta e explícita de Lula.

Léo Pinheiro disse que Lula recomendou que fosse procurado o então prefeito do PT para que fossem dirigidas as obras à OAS. Com isso, a OAS faturou cerca de R$ 1 bilhão, mas, entretanto, nenhuma das obras foi concluída uma vez que a OAS quase faliu com a Lava Jato em 2014 levando Léo Pinheiro, para a cadeia em 2015, deixando uma cidade esburacada e abandonada.

Na delação premiada de Léo Pinheiro ao MPF, o possível esquema de corrupção envolvendo Lula, OAS e Luiz Marinho começou a ser revelado. Léo Pinheiro disse aos procuradores que a OAS aliada à Serveng venceu de forma manipulada a licitação do chamado “Centro Seco”, que previa a construção de um piscinão para armazenar 220 milhões de litros de água das chuvas, tudo sob a batuta de Lula com o aval de Marinho.
R$ 3 bi foi o total de recursos do Governo Federal, durante as gestões de Lula e Dilma, colocados na prefeitura de São Bernardo do Campo (de 2009 a 2016), todos do PT.

O contrato do “Centro Seco” foi fechado com a OAS por R$ 296 milhões. Só um túnel de canalização de água, com 1 km de extensão e diâmetro equivalente ao de uma obra de metrô, custou R$ 100 milhões.

No ano eleitoral de 2014, Marinho assinou dois aditivos que favoreceram a OAS, aumentando o custo da obra para R$ 353 milhões. Os recursos vieram do Ministério das Cidades, durante o governo Dilma. A administração atual estimou um superfaturamento da ordem de R$ 60 milhões. A obra, em 2015, auge da Lava Jato, parou.

A mesma forma de ação promovida no caso do piscinão do Paço Municipal se reproduziu em outras obras na cidade. A OAS foi beneficiada também: em janeiro de 2012 para recuperar o Ribeirão dos Couros, orçado em R$ 173,2 milhões; a duplicação da avenida Lauro Gomes, onde a OAS embolsou R$ 59,6 milhões em 2014 e deixou as obras paradas; contrato de R$ 258 milhões, assinado em julho de 2014, para a construção do corredor Leste-Oeste que, mesmo, parada recebeu aditivos em mais R$ 33,8 milhões.

Mas fica a pergunta, se Luiz Marinho, PT, nunca declarou grande patrimônio, como rastrear os desvios?   

De acordo com publicação da revista Isto É eram utilizados Testas de Ferro:

"Fontes ouvidas por ISTOÉ no ABC dizem que Marinho usa testas de ferro para receber valores por ele. Um deles seria Luiz Fernando Teixeira Ferreira, deputado estadual pelo PT e irmão do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). Luiz Fernando chegou a ter escritório em São Bernardo durante a gestão Marinho, onde fazia acertos em nome do prefeito. Segundo a delação de Alexandrino de Alencar, ex-diretor da Odebrecht, foi ele quem recebeu as propinas destinadas a Marinho, no valor de R$ 550 mil, usados na campanha de 2012. Já Luiz Antonio Bueno Jr, outro ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura, disse em sua delação que deu R$ 300 mil, via caixa 2, para o deputado Teixeira Ferreira usar na campanha de 2014, dinheiro que ele recebeu com o codinome de “Lamborguiny” e por meio da senha “empada”. Outro testa de ferro de Marinho seria o advogado Edson Asarias, investigado por desvios de dinheiro do Museu do Lula. No final de 2016, a PF apreendeu na casa de um ex-secretário de Marinho, preso na “Operação Hefesta”, uma contabilidade paralela do museu. Nela, um total de R$ 1,5 milhão figurava como quantia destinada para o advogado. Nas planilhas, aparecia o ítem “caixa – azarias – museu- Saab”, em alusão à empresa responsável por tocar o projeto do avião de caça sueco Gripen, para o qual Marinho fez lobby pesado – apenas mais uma do arsenal de tramóias do candidato de Lula. Um dia explode". (Reprodução Isto É nº2529 de 08/06/2018)

 



Links
Vídeo