O Grupo CCR firmou junto ao Ministério Público acordo de leniência que envolveu, de acordo com o documento, doação de caixa 2 para Luiz Marinho, PT, na campanha municipal de 2012, quando saiu para sua reeleição para prefeito de São Bernardo do Campo.
Segundo a concessionária de estradas, os ex-governadores José Serra e Geraldo Almin, além do ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), a senadora Marta Suplicy (sem partido), o deputado estadual eleito Emidio de Souza (PT), o deputado Antonio Mentor, o secretário de Saúde da Capital, Edson Aparecido e o deputado estadual Campos Machado (PTB), também receberam repasses de caixa 2 para suas campanhas eleitorais.
Tudo começou na delação premiada de Adir Assad preso na Lava Jato. De acordo com o operador financeiro houveram diversos pagamentos realizados a políticos. Em interrogatório realizado por promotores paulistas, Assad explicou como foi sua aproximação ao Grupo CCR.
O Grupo CCR admitiu atos ilegais a favor de políticos paulistas.
A CCR administra a Rodovia dos Bandeirantes, Anhanguera e a Via Dutra, além do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas, todas no estado de São Paulo. A empresa também administra outras rodovias no país.
A CCR relatou ter repassado R$ 60 mil, com ajuda de Assad, que comprou de convites de jantar promovido pelo então prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, para arrecadar fundos para a campanha de 2012.
Por meio nota, Luiz Marinho, PT, informou que os valores recebidos constam nas prestações de contas, “todas devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral” para a campanha de 2012, quando se reelegeu para prefeito de São Bernardo.
Conforme o acordo de leniência, a CCR diz que o esquema se daria pela contratação da empresa de promoção de eventos de Adir Assad. Uma parte dos recursos pagos, então, retornava aos cofres de diretores da CCR, que entregavam valores a intermediários de políticos. Ainda de acordo com a CCR, o esquema teria ocorrido de 2009 a 2013.
“A investigação não termina em relação à CCR por conta da assinatura do termo. A empresa está obrigada, pelo acordo, a trazer ao Ministério Público e ao Judiciário todas as pessoas que forem prestar depoimentos, arcando com as despesas, e também trazer documentação e tudo o que possa ser útil nas investigações”, disse o promotor Silvio Marques.
O Grupo CCR se comprometeu a pagar multa de R$ 81,5 milhões aos cofres públicos, sendo que a quantia será a título de de reparação, danos morais coletivos e multas e serão pagas em duas parcelas, uma em março de 2019 e a última em 2020.
Todos os políticos citados negaram irregularidades afirmando serem meras ilações do MP estadual, Assad e CCR.
O Grupo CCR
O Grupo CCR é uma das maiores companhias de concessão de infraestrutura da América Latina.
Com atuação nos segmentos de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços o Grupo CCR trabalha com quatro núcleos de negócios, responsáveis pela gestão tanto dos atuais quanto dos novos negócios.
CCR Lam Vias: responsável pelas concessões das rodovias federais, tais como CCR NovaDutra, CCR ViaLagos, CCR RodoNorte, CCR MSVia e ViaRio.
CCR Infra SP: responsável pelas concessões das rodovias do Estado de São Paulo, tais como CCR AutoBAn, CCR ViaOeste, CCR RodoAnel, CCR SPVias e Renovias.
CCR Mobilidade: responsável pelas concessionárias ViaQuatro, ViaMobilidade, CCR Barcas, CCR Metrô Bahia e VLT Carioca.
CCR Aeroportos: responsável pelas concessionárias BH Airport (Aeroporto Internacional de Belo Horizonte), Quiport (Aeroporto Internacional de Quito, Equador), Aeris (Aeroporto Internacional de San José, Costa Rica), CAP (Aeroporto Internacional de Curaçao, Antilhas Holandesas) além das TAS (Total Airport Services, nos Estados Unidos), empresa de prestação de serviços aeroportuários.
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