O anúncio do ministro, que contrariou expectativas de saída do cargo por discordar dos rumos econômicos do Planalto, foi interpretado como o fim de seu compromisso com princípios de responsabilidade fiscal e de sinalização de alinhamento com as perspectivas eleitorais do presidente.
"Depois de sexta-feira está mais do que claro que o que interessa para o Guedes é a reeleição do Bolsonaro. Se a economia vai sair machucada disso ou não, não me pareceu ter muita preocupação sobre isso", afirmou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Os técnicos do Ministério da Economia sugeriram que o Auxílio Brasil ficasse em R$ 300. Guedes disse que atenderia o desejo do presidente de fixar o valor em R$ 400 e pediu "uma licença" para gastar R$ 30 bilhões fora do teto de gastos. Com a PEC dos Precatórios, que prevê uma mudança no cálculo do reajuste do teto de gasto, o governo deve abrir um espaço de ao menos R$ 83,6 bilhões a mais para gastar em ano eleitoral.
Guedes negou que seja um "fura-teto", sustentou que a proposta do benefício está "muito longe de afetar a sustentabilidade fiscal" e declarou que, se Bolsonaro fosse populista, "teria pedido R$ 600, R$ 700" para o auxílio.
O ministro também citou a necessidade de assistência à população. "Nós entendemos a política que diz o seguinte: 'Olha, o teto é um símbolo de austeridade, é um símbolo de compromisso com as gerações futuras'. Mas nós não vamos deixar milhões de pessoas passarem fome para tirar 10 em política fiscal e tirar zero em assistência aos mais frágeis."
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