O acordo firmado entre a norte-americana AES e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) era necessário para evitar um colapso no abastecimento de energia elétrica no Estado de São Paulo, disse a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, nesta sexta-feira.
Ausente na época da assinatura do memorando de entendimento entre o banco e a inadimplente AES, Dilma afirmou que o acordo não foi uma escolha. "Nós não estamos operando nas condições que escolhemos, estamos operando nas condições que recebemos", disse a ministra referindo-se à dívida de 1,3 bilhão de dólares da empresa com o BNDES feita no governo anterior, e, segundo ela, com poucos níveis de segurança.
"Agora o BNDES tem níveis maiores de segurança", afirmou a ministra a jornalistas após palestra em seminário sobre energia.
Ela alertou que se nada fosse feito em relação à inadimplência da AES, controladora da maior distribuidora de energia do país, a Eletropaulo, os consumidores poderiam ser prejudicados no abastecimento.
"Esse mercado precisa de investimentos para garantir a segurança do sistema, e para ter crédito a empresa não pode estar inadimplente", lembrou Dilma.
Ela afirmou que a dívida da AES é atípica, "pelo volume, pela possibilidade de longos processos judiciais para receber o que devem", e que por isso não teme uma corrida de empresas inadimplentes querendo o mesmo tratamento.
A ministra destacou que é fundamental capitalizar as empresas brasileiras de energia elétrica para se evitar problemas de abastecimento no futuro, e por isso o governo está negociando uma nova linha de crédito para recompor a saúde econômica de algumas companhias.
Ela não confirmou, no entanto, o valor de 3 bilhões de reais anunciado há algumas semana pelo vice-presidente do BNDES, Darc Costa. "Dependerá de quanto os acionistas estão dispostos a colocar também", informou, ressaltando que na capitalização estarão envolvidos BNDES, acionistas, bancos privados e públicos.
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