O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse ontem que o novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), caso seja acertado, terá caráter "preventivo" e servirá como uma espécie de blindagem contra eventuais crises. "A nossa intenção é fazer um trânsito entre os empréstimos e chegar a um acordo que seja preventivo. Vamos trabalhar com o objetivo de não retirar recursos", comentou Palocci.
O acordo preventivo permite que o governo só saque o dinheiro em situações de necessidade. A cada revisão, os técnicos do fundo e do governo decidem se há necessidade ou não da liberação de dinheiro. Palocci voltou a dizer que só será feito novo empréstimo se forem respeitados os programas e objetivos do governo brasileiro. "Queremos que não haja um acordo com programa paralelo ao programa que o país já adota", enfatizou o ministro, destacando ainda que "o Brasil não está com a corda no pescoço".
Ele lembrou que, ao realizar o último empréstimo, envolvendo US$ 30 bilhões, havia uma crise e agora o Brasil não vive a dualidade entre realizar o ajuste fiscal ou entrar em crise. "O Brasil não depende desse acordo para sobreviver", destacou, e disse ainda que a previsão é de que o acordo contemple apenas o próximo ano. "Não precisamos de mais do que isso", disse. As negociações, segundo o ministro, devem ter início ainda em outubro, antes da última revisão do atual do acordo, que será realizada em novembro.
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