Um alto oficial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que a aliança militar provavelmente se envolverá no Iraque, assim como o fez no Afeganistão.
"Se, conforme se prevê, houver grande necessidade de soldados para estabilizar o país, a Otan terá de enfrentar a questão cedo ou tarde", observou o general Haraldo Kujat, chefe do comitê militar da organização, ao jornal Welt am Sonntag.
"Devemos nos perguntar se podemos permitir que um membro da Otan, e o maior deles, esteja em dificuldades e seja deixado sozinho", disse Kujat em uma entrevista à edição do jornal de domingo, que já circulou no sábado.
O comitê dirigido por Kujat é a mais alta autoridade militar da Otan e inclui os chefes da Defesa de seus países-membros. O órgão define política e estratégia militares.
Segundo Kujat, o envolvimento da Otan no Iraque pode seguir o caminho trilhado no Afeganistão, onde a aliança inicialmente apoiou membros individuais indiretamente e então assumiu o comando de um setor.
A Otan assumiu, no mês passado, o comando de uma força de 5 mil membros com mandato da Organização das Nações Unidas (ONU)na capital afegã Cabul. A força tenta manter a segurança no país desde que as tropas lideradas pelos Estados Unidos depuseram o regime do Taliban, no final de 2001.
Kujat afirmou que a Otan estava idealmente posicionada para o Iraque: "Ela (a aliança) acomoda dois lados -- os europeus com sua demanda para multilateralismo e os americanos, com sua condição de continuarem a comandar o poder militar."
O general, que foi do Exército alemão antes de ser transferido para a Otan, no ano passado, conclamou o governo da Alemanha a não dificultar uma futura mobilização da Otan no Iraque.
Enfrentando ataques diários de guerrilha contra suas tropas no Iraque, Washington trabalha por uma nova resolução da ONU com o objetivo de ganhar mais apoio internacional para a ocupação, com soldados e fundos.
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