Sharon descarta exílio de Arafat e defende muro na Cisjordânia

 

Internacional - 17/10/2003 - 10:30:57

 

Sharon descarta exílio de Arafat e defende muro na Cisjordânia

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, aparentemente descartou na sexta-feira a hipótese de seu país enviar o presidente palestino, Yasser Arafat, para o exílio, proposta que vinha causando indignação em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos. Mas, em entrevista a um jornal, Sharon manteve a defesa da construção de uma grande barreira na Cisjordânia, afirmando que está pronto para desafiar a oposição norte-americana a esse projeto, o que pode gerar sanções financeiras. "Nossos cálculos há anos são que expulsá-lo não seria bom para Israel", declarou Sharon ao jornal conservador Jerusalem Post. No mês passado, seu gabinete havia tomado a decisão preliminar de "remover" Arafat, que vive sitiado em Ramallah, na Cisjordânia. Parte do governo propunha mesmo assassinar Arafat, idéia que o primeiro-ministro descartou na ocasião. Israel não disse como ou quando pretendia agir contra o presidente palestino. Respondendo aos comentários de Sharon, o negociador palestino, Saeb Erekat, disse: "Não é uma retratação da posição israelense de matá-lo ou deportá-lo. Háuma decisão israelense nesse sentido que não foi cancelada." Com apoio dos EUA, Israel acusa Arafat de incentivar a violência, o que ele nega. Mas Washington se opõe a qualquer agressão a Arafat ou a tentativas de levá-lo para o exílio. Sobre a possibilidade de algum avanço nas negociações até que Arafat morra, Sharon respondeu: "Eu não diria que até que morra, mas na minha opinião, enquanto ele estiver no controle, a chance de progresso (rumo à paz) é inexistente." Também polêmica é a barreira que Israel está construindo na Cisjordânia, com a justificativa de evitar a entrada de militantes suicidas em seu território. O projeto penetra em território da Cisjordânia para cercar assentamentos judaicos na área. Os palestinos dizem que essa barreira define de antemão fronteiras que deveriam ser negociadas. "Precisamos construir uma cerca em lugares onde sabemos que ela é parte integral da segurança de Israel", afirmou o premiê ao Jerusalem Post. Para Erekat, a construção da cerca e a expansão dos assentamentos "matam a chance de paz". A mediação norte-americana no Oriente Médio foi colocada em xeque na quarta-feira com o assassinato de três guardas da embaixada dos EUA, em um atentado na Faixa de Gaza. É a primeira vez que uma delegação norte-americana é alvo de ataques palestinos. O FBI e a Autoridade Palestina estão investigando o caso. Policiais palestinos anunciaram na quinta-feira a prisão de vários supostos militantes da pequena facção Comitês de Resistência Popular. Eles disseram também que os autores do atentado possivelmente estão ligados a algum grupo estrangeiro, como o Hizbollah libanês ou a Guarda Revolucionária do Irã. A embaixada norte-americana não quis comentar as prisões. Uma equipe do FBI chegou à região na noite de quinta-feira e se reuniu com investigadores palestinos em Erez, que fica na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza.

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo