Os jovens foram cadastrados entre mais de 2 mil inscritos pelo grupo de entidades comandadas pelo Consórcio Social da Juventude do Grande ABC, que reúne representantes dos trabalhadores, empresários e prefeituras. Só participam jovens de baixa renda (a renda per capita tem que ser meio salário mínimo).
Durante quatro meses, os 992 jovens receberão uma bolsa de R$ 150,00 por mês e farão cursos de informática, telemarketing, artesanato, arte, percussão etc. Além disso, serão realizadas oficinas complementares que abordarão temas como inclusão digital, educação, direitos humanos, questões ligadas aos afro-descendentes e elevação da escolaridade.
Dados sobre o Primeiro Emprego
Existem hoje no País 2,2 milhões de jovens desempregados. Segundo o Ministério do Trabalho. O programa Primeiro Emprego deve atender cerca de 50 mil jovens até o final de 2004. A Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, o Sindicato dos Metalúrgicos, o Sindicato dos Bancários do ABC, prefeituras, empresários e outros sindicatos da região, participaram das discussões do Programa Primeiro Emprego do governo federal desde o início. Assim que o programa foi lançado, o grupo reivindicou que o ABC fosse um dos projetos pilotos e para isso foi criado o Consórcio Social da Juventude do Grande ABC.
A Agência de Desenvolvimento é a entidade executora do projeto. Através dela foi firmado o convênio com o Ministério do Trabalho. E a partir daí, foi firmado convênio com as 13 entidades que compõem o Consórcio Social. “Estamos contribuindo com nossa experiência no campo do empreendedorismo, do cooperati-vismo e do trabalho integrado com a comunidade”, explica o diretor Carlos Alberto Gonçalves, o Krica, representante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“O desafio do projeto é capacitar e colocar no mercado de trabalho, porque a experiência de qualificação as entidades que lidam com os jovens já têm. A nós caberá potencializar esse conhecimento em direção ao mercado de trabalho”, explica Krica.
O dirigente lembra que o Consórcio Social da Juventude do Grande ABC vai ao encontro da proposta já elaborada há dois anos com participação do Sindicato que previa jornada semanal de 44 horas, sendo 20 para estágio em empresas, 12 para qualificação profissional e 12 desenvolvendo trabalhos comunitários. E também da proposta feita pelo presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, no encerramento da Maratona da Juventude sobre geração de empregos aos jovens através do serviço social.
Mercado de Trabalho
Entre as metas das entidades que darão os cursos de qualificação está a captação de vagas no mercado de trabalho para os jovens que forem concluindo os cursos. O Consórcio Social da Juventude também terá um funcionário especialmente contratado para entrar em contato com as empresas e descobrir onde tem vagas onde esses jovens que estarão nas oficinas podem ser contratados.
Dados sobre os jovens
O Brasil tem mais de 33 milhões de jovens entre 16 e 24 anos (conceito de juventude utilizado pela ONU). Ou seja, 20% da população do país. Representam 47% do total de desempregados (3,7 milhões segundo a PNAD de 2001)
A taxa de desemprego aberto, entre os jovens, é de 18%, ao passo que a média brasileira é metade disso (9,4%)
Segundo a mesma PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 17 milhões desses jovens, ou seja, mais da metade, não estão estudando. Entre os que estudam, apenas 13,3% conseguem chegar à Universidade.
Assim como no restante da sociedade, existem fortes desigualdades entre os jovens. O desemprego entre os jovens pobres é de 26,2%, enquanto entre os jovens ricos é de 11,6%. Entre os jovens pobres que estão trabalhando, apenas 41,4% possuem salário regular e, desses, a grande maioria (74,3%) não tem carteira assinada.
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