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Logo depois do descobrimento do Brasil, em 4 de janeiro de 1502, os portugueses desembarcaram na Ilha pensando ser Angra dos Reis. A partir desta data, a enorme porção de terra próxima ao continente serviu de esconderijo a piratas, que buscavam madeira e água potável. As fazendas de café predominavam no período colonial.
As 106 prais ao longo de 155 quilômetros de costa podem ser divididas em dois grupos: aquelas voltadas para o continente, com águas calmas e que geralmente possuem cais de atracação, e as praias voltadas para o mar aberto, com areia fina e uma paisagem de deixar qualquer um boquiaberto.
Os destaques são a praia de Lopes Mendes, a do Aventureiro e a pequena Caxadaço. O pico do Papagaio tem 990 metros de altura e de lá pode-se observar quase toda a ilha. A ilha possui 16 trilhas sinalizadas com placas, que mostram a distância entre certos pontos da trilha e o tempo médio de caminhada. Nos caminhos que cortam a mata, ainda é possível observar pequenos macacos e animais selvagens que vivem no local.
Entre os marcos históricos, estão as ruínas do lazareto e o aqueduto, a 15 minutos da vila do Abraão, principal núcleo urbano. A Ilha Grande é uma Área de Proteção Ambiental. Por esse motivo, o IBAMA pede aos turistas que se divirtam, mas também preservem a natureza.
Vila do Abraão é ponto de partida
O litoral bem recortado da Ilha Grande apresenta várias formações geográficas conhecidas por abra, um pequeno golfo protegido de correntes marinhas e que serve de ancoradouro para embarcações. Foi em uma abra, um pouco maior do que o normal, que os navios europeus começaram a desembarcar no início do século XVI. Os descobridores não tiveram dúvida e denominaram aquela “abra grande” de Abrão. Com o passar dos anos, a população passou a chamar o local de Abraão.
A simpática vila oferece boa infra-estrutura para o turista, com postos de saúde, brigada do Corpo de Bombeiros e policiamento militar. É de lá também que saem os barcos para os diversos passeios ao redor da ilha. Os moradores locais formaram a Associação de Barqueiros, onde é possível agendar os passeios de escunas, que custam entre R$ 20 e R$ 30.
A associação também oferece lanchas rápidas, para o turista conhecer as praias voltadas para o mar aberto, e o preço varia entre R$ 60 e R$ 80. Fazem parte desta associação apenas embarcações seguras, registradas na Capitania dos Portos e conduzidas por barqueiros habilitados.
Hotéis e restaurantes não faltam no Abraão, que tem possui também a Associação dos Meios de Hospedagem para atender melhor o turista. Os bares servem porções de camarão, lula e peixe frito, além da tradicional cervejinha gelada, que não sai por menos de R$ 2,50 a garrafa. Um dos pratos mais apreciados, principalmente pelos turistas estrangeiros, é a muqueca de frutos do mar, camarão ou peixe. Os restaurantes costumam servi-la em tijelas de barro, acompanhadas de arroz e pirão.
Associação dos Barqueiros
Local: Em frente ao cais de desembarque
Telefone: (0xx24) 3361-5046
Associação dos Meios de Hospedagem
Local: Em frente ao cais de desembarque
Telefone: (0xx24) 3361-5216
E-mail: amhig@ilhagrande.com
Praia das Palmas, apenas
o caminho para Lopes Mendes
O turista que pretende visitar a praia de Lopes Mendes, considerada uma das mais bonitas da Ilha Grande, ainda vai ganhar de brinde uma passagem pela simpática Praia das Palmas. Os caminhos por trilha ou barco têm que passar por ela, já que é o último porto de atracação antes de Lopes Mendes.
A trilha a partir da vila do Abraão dura cerca de 1h30 até Palmas, e não apresenta muitas dificuldades além da subida inicial. No topo do morro, é possível ter uma bela vista da enseada do Abraão, praia do Abraãozinho e do continente, ao fundo.
Ao chegar em Palmas, o turista vai encontrar uma praia não muito grande e voltada para o lado do continente, com água calmas e quiosques, onde é possível comer uma boa porção de camarão e se abastecer antes de continuar a caminhada. Depois de mais meia hora de caminhada, você chega ao destino final.
A praia de Lopes Mendes tem aproximadamente três quilômetros de extensão e areias brancas e finas. O mar aberto é ideal para a prática do surf, mas a praia é rasa e a água é tão transparente, que o banhista pode enxergar os próprios pés quando entra no mar.
No local, é proibido acampar, construir casas ou pousadas e comercializar qualquer tipo de produto. Portanto, não se esqueça de levar água potável e frutas para aproveitar o clima sem ter que voltar mais cedo para casa. Os passeios de barco para Lopes Mendez partem diariamente da Vila do Abraão e inclui frutas e água mineral durante o trajeto.
Barco para Lopes Mendes
De onde: Associação dos barqueiros
Telefone: (0xx24) 3361-5046
Preço: 20,00
Pequeno paraíso em forma de praia
Apesar de ser vizinha à praia de Dois Rios, Caxadaço tem apenas 20 metros de extensão. Voltada para o mar aberto, a pequena praia é protegida por uma porção de terra que forma uma grande piscina natural de águas claras e tranqüilas. Com máscaras para mergulho, é possível ver peixes e formações rochosas no fundo do mar. É proibido acampar no local, que não abriga qualquer forma de comércio.
A trilha para Caxadaço sai da praia de Dois Rios e corta a mata selvagem, aonde o turista vai ter um contato direto com a natureza. No trajeto, que dura em média 1h30, existe o caminho das pedras, uma parte da trilha construída pelos escravos que eram contraban-deados e desembarcavam em Caxadaço à procura de água potável e madeira.
Quem sai a pé da vila do Abraão, leva em média 3 horas para chegar em Caxadaço Apesar da longa caminhada, vai conhecer um dos locais mais bonitos da Ilha Grande. Por ser voltada para o mar aberto, apenas as lanchas rápidas chegam a essa praia.
As ruínas do período colonial
Caminhando apenas 20 minutos a partir da vila do Abraão, é possível conhecer pontos históricos dos tempos de Dom Pedro II na Ilha Grande. O Lazareto, uma espécie de hospital para imigrantes que contraíam doenças durante as viagens de navio, foi construído em 1886 por ordem do imperador.
Hoje tranformado em ruínas, o centro médico foi muito importante para o desenvolvimento do Abraão e possuía restaurantes, laboratório bacteriológico, enfermaria e farmácia, além de belos jardins. O Lazareto atendeu cerca de 4,2 mil embarcações até 1913, quando foi desativado. Apenas em 1939 sofreu uma reforma e se transformou em colônia penal, para abrigar os presos comuns que até então estavam no presídio de Dois Rios. Em 1954 o Lazareto foi demolido por ordem do então governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda.
O aqueduto, uma espécie de duto que levava água das montanhas até o Lazareto, foi construído em 1889 e tinha uma vazão de mil litros por hora. Na caminhada até esses pontos históricos, o turista ainda pode conhecer a praia Preta, com águas calmas e areia macia e preta.
Como chegar a Ilha Grande
Na Ilha Grande, é proibido a entrada de veículos motorizados, apenas os carros oficiais circulam pela vila do Abraão. Por essa razão, quem for de carro deve estacionar em uma das duas cidades de onde partem as balsas para a ilha. Para quem vem da Região Sul, São Paulo ou Minas Gerais, a cidade mais próxima é Angra dos Reis. A maioria dos estacionamentos possui vagas cobertas e cobram em média R$ 8,00 por dia, mas é possível negociar o preço.
O transporte de passageiros é feito em uma balsa com capacidade para 500 pessoas e demora cerca de 1h30 para chegar na Vila do Abraão a partir de Angra ou Mangaratiba.
Nos finais de semana e feriados o valor da passagem é R$ 10,00 e de segunda a sexta-feira o turista vai desembolsar R$ 2,80 se sair de Mangaratiba e R$ 2,60 de Angra dos Reis.
Informãções pelo telefone: (0xx21) 2789-2274
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