Ninguém desconhece que o PT surgiu como partido político tendo como base uma aliança entre sindicalistas, grupos religiosos oriundos das PUCs e professores universitários. Ao chega ao poder gerou na sociedade a expectativa de que iria revolucionar a educação brasileira.
Esta expectativa foi reforçada porque o partido sempre foi hegemônico nas instituições de ensino, principalmente nas de ensino superior, onde sempre teve a adesão da maioria dos professores, servidores e alunos.
Ao longo das duas últimas décadas o PT pautou as discussões e as polêmicas em torno da reforma educacional. E neste tempo, foram pelos menos duas as constantes do partido diante das discussões: oposição a todas as propostas dos governantes e a desqualificação de todas aquelas sugeridas pelas outras agremiações. Após um ano e quatro meses de gestão, o que se verifica é que a propalada criatividade petista para a área de ensino nunca existiu.
O ministro da Educação, Tarso Genro, é um intelectual de esquerda e há muitos anos colabora com seus cerebrinos artigos na revista do Cebrap, a instituição que Fernando Henrique Cardoso criou no final dos anos 60, com o patrocínio da Fundação Ford. Ser intelectual, contudo, não significa que estivesse preparado para ser ministro de uma área tão especial e complexa quanto a educação. Tanto que nas entrevistas que tem dado com freqüência deixa sempre a nítida impressão de que não domina a área.
Com relação, por exemplo, ao problema da avaliação do ensino básico o ministro tem demonstrado visível insegurança e não consegue esclarecer de onde tirará os recursos para universalizar o sistema de avaliação, nele incluindo todas as séries do ensino fundamental e médio (atualmente o governo gasta R$ 7 milhões com a avaliação das três séries, a quarta e a oitava do ensino fundamental e a terceira do ensino médio. O exame se aplicado às demais séries custará R$ 60 milhões).
Na verdade, os planos educacionais tão sonorizados pelo governo lulo-petista nem sequer conseguiram sair do papel e revelam o grau de improviso que, aliás, tem sido a nota reitora dessa administração.
Se é assim onde o partido exibia a impressão de ter amplo domínio técnico, pode-se, então, imaginar os impasses que estão a ocorrer em outros setores nos quais nunca se soube que a inteligentzia petista fizesse boa figura. Continuamos com dantes: muito assembleísmo, muito discurso, muita ideologia e nenhuma ação.
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