Novo Mínimo pode não ser aprovado no Senado

 

Nacional - 09/06/2004 - 10:26:21

 

Novo Mínimo pode não ser aprovado no Senado

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Ministro Antonio Palocci (Fazenda) vai tentar contornar a situação nas bancadas governistas

Ministro Antonio Palocci (Fazenda) vai tentar contornar a situação nas bancadas governistas

O governo inicia nesta semana operação para tentar contornar a dissidência em sua base de apoio no Senado, que ameaça se aliar à oposição e derrubar a medida provisória que estabeleceu o salário mínimo em R$ 260. Espera-se para terça a ida do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) para conversar com as bancadas governistas na Casa. O discurso oficial do Palácio do Planalto, que será ressoado no Congresso por Palocci e por Aldo Rebelo (Coordenação Política), será o mesmo da Câmara: o de que ninguém mais do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria um aumento maior, mas que, para não comprometer investimentos sociais e em infra-estrutura, R$ 260 são o limite hoje. Reservadamente, os argumentos vão ser mais duros: em primeiro lugar, será lembrado que essa é a hora da demonstração de fidelidade e que é inadmissível governistas se aliarem ao que o Palácio do Planalto classifica como circo montado pela oposição -a tentativa de aumentar o mínimo de R$ 260 para R$ 275. Embora nenhum líder governista admita publicamente, a pressão passará também pelas futuras liberações de verbas para as emendas parlamentares e as indicações para cargos federais. ”Vamos argumentar que é fundamental a aprovação do salário mínimo até para consolidar a recuperação econômica do país´´, afirmou o presidente do PT, José Genoino, que participará do corpo-a-corpo ao lado dos ministros. Cinco dos 13 senadores petistas afirmaram votar contra os R$ 260, que representa um aumento real (descontada a inflação) de 1,2%. “Vamos cobrar a lealdade nos momentos difíceis. Essa é hora de saber quem é governo. Ser governo acarreta ônus e bônus, ter só bônus não dá”, disse o senador Fernando Bezerra (PTB-RN), líder do governo no Congresso. Fogo amigo A preocupação se deve ao fato de que, apesar de os partidos governistas somarem 46 dos 81 senadores da Casa, número suficiente para aprovar os R$ 260 -a MP é aprovada pela maioria dos presentes, respeitado o quórum mínimo de 41 senadores-, vários parlamentares da base de governo se declaram contra o valor. Os governistas trabalham hoje com o seguinte cenário: cerca de 30 senadores seriam contra, 30, a favor e 20, indecisos. A ofensiva será feita para conseguir assegurar mais dez votos favoráveis, o que daria uma margem de segurança para o texto ir à voto. A MP foi aprovada na última quarta-feira na Câmara por 266 votos a 167, com 6 abstenções. “Antes da votação, 21 petistas ameaçavam votar contra o governo. No final das contas, deu no que deu”, afirmou o deputado Paulo Bernardo (PT-PR), lembrando que só cinco deputados petistas apoiaram os R$ 275 propostos pela oposição. Segundo ele, grande parte da mudança se deveu à reunião de Palocci com a bancada um dia antes da votação. O líder da maior bancada oposicionista no Senado, José Agripino (PFL-RN), diz ter certeza de que a estratégia governista não surtirá efeito no Senado. “As pessoas no Senado têm um nível de consciência claro sobre essa matéria e, se recuarem, serão objeto de desmoralização nacional.” A votação não tem data definida, mas não deve ocorrer nesta semana. Se o governo for derrotado, resta ainda ao presidente Lula a opção de vetar o texto aprovado no Congresso.

Ministro Antonio Palocci (Fazenda) vai tentar contornar a situação nas bancadas governistas

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