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Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), 72, o FMI (Fundo Monetário Internacional) confia mais em Luiz Inácio Lula da Silva que no argentino Néstor Kirchner, ambos cumprindo o primeiro mandato.
”Seguramente, o Fundo confia mais em Lula que em Kirchner”, porque o brasileiro “cumpriu os contratos”, disse FHC em entrevista publicada na edição de ontem do jornal argentino ‘La Nación’.
Ao diário argentino, FHC disse também que não pretende concorrer à Presidência novamente porque “se me apresento, vou inibir outras personalidades, e isso não é necessário para o país, nem para o partido (PSDB) nem para mim”.
Sobre as relações bilaterais entre Brasil e Argentina sob os olhos do FMI , FHC afirmou que Kirchner “tem uma posição mais agressiva porque está negociando uma moratória, situação que eu também vivenciei, quando tive de negociar a moratória do governo José Sarney (1985-1990)”.
”Não creio que a posição de cada presidente interfira no rumo dos mercados. Agora, com taxas cambiais equivalentes, é um bom momento para retomar as discussões que tive com Menem (Carlos, ex-presidente argentino, 1989-99). (Ele) Propôs uma moeda única para o Mercosul. Disse que sim, mas requeria uma convergência macroeconômica que então não existia”, disse. “No período Menem, a situação financeira era favorável para se avançar o Mercosul.”
O ex-presidente disse que Argentina e Brasil têm oportunidade de avançar em algo mais que uma aliança estratégica “se buscarem políticas de Estado que transcendam os gestos de boa vontade”. “Do contrário, a aliança estratégica que fizemos tantas vezes com a Argentina não será mais que palavras.”
Disse que na Argentina há receio que as exportações brasileiras alcancem setores industriais. “Cabe aos dois governos criarem condições para a fusão de capitais. O processo econômico é muito cruel. Destrói para avançar”.
Sobre o presidente norte-americano George W. Bush, disse que “é muito negativa a visão do governo dos EUA. Temos que ver o que ocorrerá nas eleições e se dará conta que para o bem ou para o mal, pesa a opinião pública mundial”.
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