Por 44 votos a 31, o Senado aprovou a proposta do PFL, estabelecendo um salário mínimo de R$ 275 a partir de 1° de maio. Com a decisão, a medida provisória que fixava o salário em R$ 260 foi derrotada e será enviada de volta à Câmara dos Deputados. Houve uma abstenção na votação
O governo agora pretende reverter na Câmara - onde a MP foi aprovada por 266 votos a 163 - a derrota no Senado. Caso consiga uma nova vitória, o projeto voltaria ao Senado novamente com o valor de R$ 260.
A derrota já tinha sido prevista por líderes governistas no final da tarde. Eles calculavam que a derrota ocorreria por cinco ou seis votos, mas os 13 votos de diferença acabaram mostrando o quanto acabou sendo inútil o esforço dos líderes governistas, ministros e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reverter o voto de alguns senadores.
Senadores de oposição comemoraram a vitória aos gritos de “a minoria é maioria”, numa referência aos governistas que votaram a favor da proposta de R$ 275, apresentada por César Borges (PFL-BA). No mesmo momento, o presidente Lula estava reunido no Palácio do Planalto com ministros da coordenação política do governo para avaliar a derrota.
Virgílio critica Lula
O líder Arthur Virgílio criticou o fato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "entrou na guerra" pela conquista de votos favoráveis à MP do mínimo de R$ 260,00. O tucano considera que não deve caber ao Presidente da República interferir na política interna do Congresso Nacional. Ele disse ainda qe esse empenho presidencial "não conseguirá reverter a derrota que o governo sofrerá no Congresso".
Para aprovar a MP, serão necesssários pelo menos 41 dos 81 votos dos senadores. O governo espera uma vitória apertada, talvez com apenas um voto de diferença. No entanto, a derrota não está descartada.
Caso a oposição consiga aprovar o projeto do senador César Borges (PFL-BA), de um salário de R$ 275, a MP voltaria à Câmara dos Deputados, onde os R$ 260,00 já foram aprovados. Lá, uma nova votação pode mais uma vez aprovar a MP com o valor de R$ 260, que, então, voltaria ao Senado.
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