Pilhas de chips não vendidos chegaram ao mais alto patamar em um ano, afirma um estudo divulgado esta semana e que sugere que os fabricantes de microproces-sadores terão de cortar preços rapidamente para evitarem custosas baixas contábeis.
A falha em reduzir a produção apesar de vendas surpreendentemente fracas em junho gerou excessos de inventários da ordem de US$ 827 milhões ao final do segundo trimestre.
Apenas como comparação, nos primeiros três meses do ano o valor ficou em US$ 12 milhões, afirmou a empresa de pesquisa iSuppli.
Os números, que medem os estoques de processadores além do que é necessário para evitar falta de oferta, incluem estoques detidos por distribuidores, fabricantes terceirizados, varejistas e pelos próprios produtores de chips.
Apesar da recuperação do setor ainda continuar, a superoferta “deveria servir como um alerta amarelo para a indústria”, afirma o grupo de pesquisa.
Um enorme estoque de chips registrado há três anos causou a pior crise da história do setor.
A Intel afirmou que o nível de estoques entre abril e o final de junho atingiu os maiores patamares de sua história, derrubando as ações da empresa em 10% no dia seguinte.
A queda tirou em um só dia US$ 18 bilhões de valor da Intel, segundo dados da Reuters.
Os fabricantes normalmente montam inventários entre abril e o final de junho, época de vendas normalmente fracas, mas parece que exageraram este ano.
Um exemplo é a Texas Instru-ments, maior fabricante mundial de chips para telefones celulares, que viu seus estoques cresceram 11,9% no trimestre encerrado em junho. “Isto vai causar uma queda nos preços de semicondutores em muitas categorias no terceiro trimestre”, afirma a analista do iSuppli, Rosemary Farrell.
Apesar disso, o problema não chega a ser tão grave como aconteceu há três anos. No primeiro trimestre de 2001, os estoques do setor atingiram 13 bilhões de dólares, em um erro de cálculo de demanda.
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