Como planejar um bom orçamento familiar

 

Mulher - 27/07/2004 - 09:52:59

 

Como planejar um bom orçamento familiar

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Tudo bem que atividades em família, às vezes, são um pé no saco. Mas nenhum interminável almoço de domingo na casa da Tia Dolores e nem confraternizações natalinas com direiro a sogro bêbado e aos prantos barram o momento da elaboração do orçamento doméstico. É a hora de colocar na mesa papéis, calculadoras, desejos, necessidades e prioridades da casa, tirar uma média de tudo e ainda sair com alguma sobra pela prova dos nove. Atividade árdua e delicada, mas necessária para organizar a vida, não só financeira, mas pessoal, familiar e até profissional. Debaixo de um intenso e longo regime inflacionário, planejar gastos e guardar dinheiro era praticamente inviável para a classe média brasileira. Felizmente, sobrevivemos a esse período e, hoje, é possível enxergar horizontes econômicos para além de uma semana. “Naquele tempo, o orçamento era simplesmente cortar os gastos do que não tínhamos para gastar. Não sobrava nada, e isso não é economia, é simplesmente não se endividar”, comenta o enconomista Wagner Collares, especialista em gestão doméstica. Para ele, o objetivo central do orçamento doméstico é, evidentemente, além de pagar nossos custos, fazer sobrar. “É com planejamento que se realizam sonhos e algumas conquistas só são alcançadas se usarmos o bom senso e fecharmos as torneiras”, diz ele. Encontrar um perfil de gastos da família e, a partir dele, saber diferenciar desejo de necessidade é uma tarefa importante nessa empreitada. Se a casa prefere se divertir com passeios e programas ou investir em atividades como academias de ginástica e cursos, deve compensar continuamente com outros gastos, diminuindo o consumo de luz, gás e telefone, e os supérfluos na conta de mês, por exemplo. Já se o objetivo for quitar um financiamento ou fazer uma grande reforma, o arrocho, que será por menor tempo, será mais compensado de forma mais generalizada, tudo a partir das prioridades dos moradores da casa. “Trazer essa discussão para toda a família é muito importante para a criação de uma consciência de responsabilidade coletiva, já que é fundamental a colaboração de todos, economizando. Depois, é altamente positivo que os resultados sejam divididos, comemorados e usufruídos. Filhos que participam desse debate seguramente crescem com maior noção de planejamento e organização”, acrescenta a psicóloga Patrícia Madruga. O fim do ano passado na casa da funcionária pública Dulce de Lima foi marcado por uma discussão dessa ordem. “Tínhamos uma poupança boa e queríamos fazer alguma coisa com ela. Meu marido era a favor de usá-la para trocarmos de carro. Eu e meu filho queríamos viajar. Por mais que fosse, democraticamente, dois a um, conversamos muito para tomarmos a melhor decisão. O carro tem só quatro anos e ainda está andando muito bem, sem problemas. A viagem era uma boa chance de estarmos os três juntos, no fim de um ano em que trabalhamos muito e pouco nos vimos. Acabamos optando mesmo pelas férias e não nos arrependemos em Buenos Aires”, conta ela, lembrando que o hábito de debater amplamente o planejamento doméstico foi o que a conseguiu demover de seu espírito consumidor impulsivo. Organização e autoconhecimento – de objetivos e poder aquisitivo – são as chaves para um orçamento doméstico funcional. Afinal, um futuro planejado é sempre menos incerto. “É importante contar com os obstáculos que podem ocorrer como um desemprego, redução de salário, uma doença. Mas, de forma planejada e consensual, tudo fica mais simples, até mesmo esses solavancos”, comenta Wagner Collares. Tudo o que é bem cuidado, dura mais. Com dinheiro e família, não é diferente.

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