O Ministério Público Federal ainda não desistiu de promover uma devassa no Palácio do Planalto, especialmente nos gabinetes da Casa Civil e da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, como parte das investigações sobre as atividades de Waldomiro Diniz no período em que ele assessorou o ministro José Dirceu.
Embora o primeiro pedido de busca e apreensão tenha sido indeferido pela Justiça, o procurador da República José Robalinho Cavalcanti avalia a possibilidade de requerer novamente a devassa. ‘’Não tem como as investigações não envolverem a Casa Civil. Trata-se de uma coisa óbvia. Ele (Waldomiro) trabalhou lá e a investigação tem que ser feita no órgão’’, afirma.
Robalinho é o procurador encarregado das investigações do caso Waldomiro Diniz e foi o responsável pelos pedidos de operações da Polícia Federal na Caixa Econômica Federal (CEF) e na Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República.
PROVAS
De acordo com o procurador, o objetivo das buscas é colher provas para a investigação sobre concussão e tráfico de influência do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República Waldomiro Diniz, na renovação do contrato entre a CEF e a multinacional Gtech para a operação da rede de loterias. Além disso, Robalinho quer ter acesso a documentos das secretárias e de pessoas que trabalhavam com Waldomiro no Palácio do Planalto.
O pedido de autorização para a operação foi apresentado à Justiça no dia 29 de junho. Duas semanas depois, a juíza Maria de Fátima de Paula Pessoa Costa, da 10ª Vara Federal de Brasília, indeferiu o requerimento.
Diante disso, o procurador Robalinho refez o pedido e fixou-se na CEF como único alvo. ‘’Para fazer o novo pedido, conversei com o delegado da Polícia Federal e decidimos deixar de lado os documentos da Casa Civil, pelo menos até agora. Não queria nada demais. Tudo já tinha sido analisado pelo próprio governo’’, garantiu.
Robalinho diz que não conhece o motivo que levou a juíza a indeferir seu pedido, mas acredita que não tenha ligação com o fato de a Casa Civil estar entre os alvos da operação. ‘’Qualquer um pode ser investigado. Sei que isso incomoda o governo, mas as investigações vão prosseguir. Nada vai parar’’, garantiu.
O procurador explicou que nenhum ministro teria o gabinete invadido pela PF. ‘’Isso não existe. O pedido foi dirigido ao ministério. Até porque não existem indícios da participação de algum ministro com Waldomiro. Se encontrarmos algo, vamos investigar sim’’, afirmou.
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