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Da Redação com agências
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que as declarações do ministro José Dirceu (Casa Civil) não ajudam o governo nas relações com o Senado, onde possui uma maioria frágil e depende da oposição.
"Ele não entende da relação com o Congresso, senão trataria melhor a oposição. Está cavando um buraco para o governo se enterrar", disse Virgílio.
O clima entre o PSDB e o governo piorou depois que o PT interpelou judicialmente o senador tucano Tasso Jereissati (CE) devido a ataques feitos ao tesoureiro petista Delúbio Soares. O tucano é um dos principais críticos do projeto da PPP (Parceria Público-Privada), considerado essencial pelo governo. O texto está parado desde março no Senado.
A irritação de Jereissati também se deve a uma planilha produzida na CPI do Banestado com a movimentação financeira de sua família. O relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), homem de confiança de Dirceu, vem sendo acusado por Jereissati de fazer um banco de dados para o PT. Para tucanos, a planilha é uma prova de que setores do governo estavam buscando irregularidades cometidas pela oposição para usá-las politicamente.
Segundo o líder tucano, o ministro da Casa Civil é que não tem autoridade moral para falar do PSDB, devido ao caso Waldomiro Diniz. Ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro apareceu em uma fita de vídeo cobrando propina de um empresário de jogos, em 2002, quando era presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) no governo Benedita da Silva (PT). Ele foi demitido "a pedido" do Palácio do Planalto depois do escândalo.
"Quem não tem autoridade moral é ele [Dirceu], que colocou um quadrilheiro no quarto andar do Palácio do Planalto e não explicou até hoje. Se ele me der bom dia, eu pergunto do Waldomiro. O Zé Dirceu acabou. Se ele vai a um comício sempre tem um bêbado embaixo do palanque para perguntar do Waldomiro", disse Virgílio.
Dirceu faz ataques a tucanos
O ministro José Dirceu (Casa Civil) retomou os ataques à oposição tucana e disse que o PSDB não tem "moral" para questionar um eventual uso político dos recursos do BNDES e de fundos de pensão por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas). O ministro concedia entrevista coletiva, após evento sobre agências reguladoras realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI), quando foi questionado sobre as possibilidades de aprovação do projeto das PPPs, parado no Senado.
Dirceu fez os comentários sobre o PSDB quando foi questionado especificamente sobre críticas dos tucanos a respeito do uso dos recursos do BNDES e participação política dos fundos de pensão. "O PSDB tem autoridade moral para falar de recursos do BNDES e dos fundos de pensão, depois de tudo o que aconteceu no país durante os oito anos em que eles governaram?", perguntou.
"Quase quebraram o BNDES. Falar em fundos de pensão, depois dos escândalos das privatizações? É muita pretensão", disse.
Ele seguiu criticando o partido e chegou a dizer que o PSDB não poderia falar sobre o assunto. "Eles não podem falar sobre essa matéria, não têm autoridade moral", disse. Em seguida, corrigiu-se: "Poder, podem, porque estamos em uma democracia, mas não têm autoridade moral".
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