A possibilidade de um aumento na taxa básica de juros da economia brasileira foi o assunto do encontro realizado ontem entre o presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A taxa de juros Selic está hoje em 16% ao ano, mas o Banco Central já afirmou que pode elevá-la em breve caso seja necessário conter o processo inflacionário. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,2% no primeiro semestre, acima do esperado, levou o ministro Palocci a dizer terça-feira que não estavam descartados "ajustes" na política econômica, o que foi interpretado pelo mercado financeiro como uma sinalização de que o governo pode aumentar os juros.
"Qualquer aumento de juros é totalmente nocivo ao Brasil", disse o presidente eleito da Fiesp. "Não estamos em um clima inflacionário".
Ele disse ter transmitido ao ministro a sua posição em relação à possibilidade de uma alta nos juros. Questionado sobre qual teria sido a resposta de Palocci, Skaf afirmou que não poderia dizer, mas que, se tivesse de apostar, apostaria que os juros não vão subir.
"Taxa de juros, para mexer, só se for para baixo", disse Skaf. "Chega. Não há mais condições".
Segundo ele, o que existe hoje é uma expectativa inflacionária que está alimentando a expectativa de aumento dos juros. "Precisamos quebrar essas duas expectativas, que são negativas para o País". Esse foi o primeiro encontro de Skaf com o ministro da Fazenda após as eleições na Fiesp. O presidente eleito da federação assume o cargo no dia 27 de setembro.
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