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A cada novo dia, os brasileiros ficam estarrecidos com o a política do "vale tudo" desenvolvida pelo Partido dos Trabalhadores em seu projeto para permanecer pelo menos 20 anos no Poder. Esta situação de incredulidade diante dos métodos e ações nada ortodoxos de Zé Dirceu, Lula et caterva, se acentua ainda mais quando se considera que o PT chegou ao Poder jurando e apregoando, justamente, que com eles as coisas seriam diferentes.
Em brilhante análise da política atual o jornalista e também professor de Ciência Política da Universidade de Brasília, Gaudêncio Torquato, enumerou algumas fases deste condenável projeto de poder: 1 - colocar petistas em toda a estrutura do Estado, 2 - montar dossiês para intimidar e desmoralizar os adversários, 3 - cooptar todos que foram cooptáveis, 4 - instituir códigos de controle do pensamento social, como o famigerado Conselho de Jornalismo e a Agência de Cinema e Áudio Visual, 5 - ignorar qualquer preceito ético, o que vale é se coligar com quem seja necessário, pra ganhar as eleições. E, ainda, "implantar todos os mecanismos, em todos os níveis, que possam estabelecer as bases para a reeleição de Lula".
Confirmando esta "metodologia de trabalho", a "Veja" desta semana lembra que as atenções do "estabilishment" estão voltadas à capital paulista. O governo precisa fazer com que a diferença entre Serra e Marta no primeiro turno não seja superior a 10%, pois ai acredita que, ampliando a base de apoios, será possível vencer no 2º turno.
Neste contexto, avaliam, a adesão e o apoio de Paulo Maluf serão fundamentais, mas o fato é que, historicamente, considerando-se o perfil ideológico dos eleitores, a tendência é de quem os que votarem em Maluf no primeiro turno, migrem para Serra no segundo. "Num jogo entre Palmeiras e Santo André, para quem um corintiano irá torcer? Não será para o seu arqui-rival. Da mesma forma, o eleitor de Maluf não vota em Marta", diz um dos principais integrantes da campanha da prefeita, segundo a matéria da revista Veja.
A prefeita, cujo comportamento mistura soberba e desfaçatez, mistura declarações que em nada ajudam o projeto petista. Numa mesma semana, declarou que "não consegue viver" com seu salário de R$ 9,5 mil - algo que só 1% da população brasileira ganha. E, para acirrar a ira da cúpula petista em Brasília, disse que não queria Maluf em seu palanque.
O que se observa, portanto, é que alea jacta est (a sorte está lançada), mas para os brasileiros ainda resta a esperança de que as insubordinações de alguns petistas acabem frustrando este temerário projeto de poder. Marta, após receber um puxão de orelhas recuou e já no dia seguinte dizia querer "todo mundo" em seu palanque.
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