A menos de 15 dias das eleições municipais, na qual o futuro dos principais partidos será decidido no jogo das urnas, os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PPS, Roberto Freire, divulgaram ontem um comunicado público aos militantes dos dois partidos em que criticam a política econômica do governo, a intervenção do núcleo central do governo na vida dos partidos políticos e condenam a força do poder e do dinheiro no lugar do convencimento e da lealdade.
A nota também anuncia a reaproximação dos dois partidos com vistas às eleições de 2006. Os dois partidos defendem o rompimento “com os interesses meramente financistas, que tanto prejudicam o desenvolvimento, a produção e, principalmente, os trabalhadores”. Segundo eles, a política econômica posta em prática pelo atual governo é insuficiente para atingir estes objetivos porque não garante a sustentabilidade do crescimento a médio e longo prazos.
Embora não cite nominalmente o acordo firmado entre o PT e o PTB e a aproximação de Lula com o grupo do senador pefelista Antônio Carlos Magalhães, a nota acusa o governo de intervir na rotina e na vida dos partidos políticos, “provocando divisões artificiais e incentivando o fisiologismo”.
Segundo a nota, a busca da governabilidade e a celebração de alianças são naturais e legítimas a qualquer administração, mas se transformam em grave equívoco quando é desrespeitado o primado da autonomia partidária e da ética na política. A força do poder e do dinheiro não pode nunca tomar o lugar do convencimento e da lealdade”.
Lupi e Freire acertaram que alianças serão feitas de forma concreta nos dois turnos. “Onde o PDT estiver bem, o PPS estará com ele e vice-versa”, declarou Lupi. As alianças devem ser feitas em Porto Alegre, Florianópolis, Rio Branco e Cuiabá.
Segundo Freire, a aproximação dos dois partidos representa uma retomada das alianças que foram estabelecidas pelas duas legendas em 2002. A idéia é visar o fortalecimento dos dois partidos, que se declaram identificados ideologicamente. “Onde estamos bem, ou com perspectivas de ficarmos bem no segundo turno, estamos com o PDT”, observou Freire.
Sobre a formação do bloco, os dois presidentes não definiram data para coligação. “A bancada vai discutir”, disse Freire. “Sempre que nós estivemos juntos, fomos vitoriosos, e nós vamos avançar neste sentido. Vamos tentar discutir com nossos deputados e senadores a possibilidade de formar um bloco”, completou Lupi. De acordo com o presidente do PDT, a formação do bloco somente será definida após o pleito de outubro.
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