Lula: governo abre mão do crédito pelo sucesso do Fome Zero

 

Nacional - 03/03/2003 - 19:18:13

 

Lula: governo abre mão do crédito pelo sucesso do Fome Zero

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Presidente diz que, enquanto o governo não pode gerar empregos, agradece àqueles que “dão um prato de comida a quem não tem”

Presidente diz que, enquanto o governo não pode gerar empregos, agradece àqueles que “dão um prato de comida a quem não tem”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na última segunda-feira que o governo abre mão do crédito pelo sucesso do programa Fome Zero, caso a sociedade brasileira decida assumir o comando do combate à fome no país. Em discurso na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), onde participou da assinatura de um protocolo de adesão do Serviço Social do Comércio (Sesc) ao Fome Zero, o presidente garantiu que o governo está mais interessado em vencer o flagelo da fome que levar o mérito político pelas ações desenvolvidas. “Se cada entidade empresarial, se cada pessoa que tem a alma e a consciência política deste país resolver adotar essa campanha, o governo não precisa nem saber, porque não queremos paternidade do resultado. (...) Porque o que nós queremos não é ver a cor da semente, o que nós queremos é ver o resultado que esta semente vai dar se a sociedade brasileira assumir para si a responsabilidade de acabar com a fome neste país”, disse pouco depois de revelar que considera a vitória contra a fome um milagre. Exatamente por considerar a missão prioritária de seu governo tão difícil foi que o presidente rebateu às críticas de que o programa Fome Zero é assistencialista, por não desenvolver ações que promovam o crescimento sustentável das comunidades mais pobres do país. Em diversos trechos de seu discurso, Lula reafirmou que o Fome Zero vai apresentar os resultados no momento adequado, e “não no tempo que os apressados querem”, porque vencer a fome é uma operação de guerra. Emocionado, Lula enfatizou que neste primeiro momento, o governo não está “dando esmola a ninguém”. A distribuição de alimentos é, segundo Lula, uma medida transitória até que o governo consiga implementar ações que gerem empregos e renda para os mais pobres. “Enquanto a gente não pode fazer a economia crescer e enquanto a gente não pode gerar os empregos que queremos gerar, eu quero dizer muito obrigado a vocês por estenderem a mão e contribuírem, dando um prato de comida para quem não tem”, afirmou. O combate à fome continua sendo a prioridade do governo Lula, mas o presidente lembrou a necessidade de conduzir com equilíbrio a economia do país. Lula lamentou que um país como o Brasil tenha níveis tão altos de dependência econômica internacional, mas garantiu que não se deixa abater pelo pessimismo. “A nossa economia já poderia estar crescendo, mas vai crescer. Vai crescer porque eu me levanto a cada dia mais otimista com o Brasil. Não há indicador social nem números de previsão de inflação que me façam perder o otimismo que eu estava em 1º de janeiro”, afirmou. Ao encerrar seu discurso, o presidente lembrou que ao assumir o governo disse que faria, em primeiro lugar o necessário para depois fazer o possível e “quando menos se esperar”, o impossível. A adesão do Sesc ao Fome Zero faz, na avaliação do presidente, com que o impossível comece a acontecer a partir de hoje. “Para os incrédulos, aqueles que não acreditam numa coisa chamada sociedade civil, e ficam ano após ano esperando que o governo faça tudo, como se fosse uma espécie de Deus, o impossível começa acontecer nesse protocolo”, encerrou. A adesão do Sesc ao Fome Zero será feita por meio da expansão do programa Mesa Brasil - Sesc. Criado em 1991, ele funciona com base em duas vertentes: o Banco de Alimentos e a Colheita Urbana. O primeiro recolhe e seleciona doações de empresas e as encaminha para locais de armazenamento, onde entidades cadastradas as buscam. Já a Colheita Urbana, além de recolher e selecionar os alimentos, os entrega diretamente nas entidades sociais de centros urbanos. Em 2002, mais 2,8 mil toneladas de alimentos foram recolhidas, o que significou o total de 48 milhões de refeições servidas.  A meta de expansão do programa para 2003 é chegar a 4 milhões de toneladas de alimentos doados, o que nos cálculos do governo significará 16 milhões de refeições comple-mentadas. Até 16 de outubro deste ano, Dia Mundial da Alimentação, o governo pretende implantar o Mesa Brasil Sesc em todas as capitais dos estados.

Presidente diz que, enquanto o governo não pode gerar empregos, agradece àqueles que “dão um prato de comida a quem não tem”

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