Habitação, sinônimo de cidadania

 

Opinião - 29/09/2004 - 11:14:59

 

Habitação, sinônimo de cidadania

(*) Mauro Bragato é secretário de Estado da Habitação

 

Mauro Bragato (*) .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

São  Paulo está, sem dúvida alguma, trilhando o caminho certo na questão da habitação  popular.  Para  atender  a  demanda por moradia, a Secretaria de Estado  da Habitação está investindo R$ 2 bilhões na viabilização de 83 mil moradias,  sendo  que mais de 30 mil dessas unidades habitacionais já foram entregues  de  2003  até  agosto deste ano. Atualmente, estão em construção outras  53  mil  que,  além  de ajudarem a diminuir o déficit habitacional, ainda  geram  mais de 60 mil empregos, entre diretos e indiretos. É o maior programa habitacional do País e um dos principais da América Latina. Essas  não  são  as  únicas  marcas consideráveis. A Secretaria também está encarando problemas históricos das grandes cidades, como favelas e áreas de risco. A idéia, ao lançar esse projeto, foi remover famílias que moravam em áreas   irregulares   e  não  planejadas,  transferindo-as  para  conjuntos habitacionais urbanizados e dotados de infra-estrutura. Sob a supervisão da CDHU,  o  órgão executor dos programas habitacionais da Secretaria, mais de 15  mil  famílias  de  todo  o  Estado  foram  beneficiadas  com moradias e melhorias  urbanas,  representando  um  investimento  de  R$  170  milhões, liberados pelo governador Geraldo Alckmin. Somente na capital foram mais de 9  mil  intervenções,  com  recursos  da ordem de R$ 100 milhões. O Pró-Lar Atuação  em  Favelas  e  Áreas  de  Risco  é,  acima de tudo, um projeto de inclusão social, que dá cidadania plena a quem até há pouco tempo não tinha os direitos respeitados. Nesse  programa  os  municípios  são os principais parceiros. A eles cabe o papel de mapear as áreas degradadas, planejar e executar os projetos. E não fica  por  aí.  Os  governos  municipais  são indispensáveis na maioria dos projetos  de  habitação  popular  em  São  Paulo,  como  no caso do Pró-Lar Autoconstrução, em que as moradias são construídas em regime de mutirão. As prefeituras executam a infra-estrutura na área e doam o terreno à CDHU, que repassa  os  recursos  para  compra  da  cesta de material e treinamento da mão-de-obra.  Aqui  entra  outro  importante  alicerce  nesta  parceria: os futuros  moradores.  São  eles  que põem a mão na massa, literalmente, para erguer suas moradias. Pelo  Autoconstrução,  a Secretaria mantém em execução, atualmente, mais de 15  mil  moradias, o que, somando-se ao programa de Mutirão Associativo, dá um  total  de  quase  30  mil  unidades.  Nesse último a parceria se dá com entidades  e  associações  organizadas que, por sua vez, contam com o apoio técnico,  administrativo  e  social  de  assessorias  contratadas,  gerando emprego e movimentando o setor produtivo da construção civil. Essa verdadeira ciranda social que a política habitacional de São Paulo faz girar  exibe  o  compromisso  maior  da  Secretaria  da Habitação: com quem precisa  de  casa. E mais ainda. Com uma parcela da população que não se vê atendida  por  nenhum  outro  programa habitacional. São famílias com renda mensal  entre um e três salários mínimos, que, sob qualquer análise e ponto de vista, é quem realmente mais necessita da moradia. São  vários  os  programas  para  atender  à  população  paulista,  pois  a Secretaria  não  é  só mutirão. Há também programas em que empreiteiras são contratadas  para  erguer  os conjuntos e há outros projetos que beneficiam parcelas  especiais  da  população, como as mulheres, que têm a garantia da posse  do  imóvel  assegurada  na  assinatura  do  contrato  em nome delas. Policiais,  idosos e famílias com portadores de deficiência têm uma reserva de  moradias  para  si,  com  4%,  5%  e  7%,  respectivamente. Indígenas e populações  remanescentes de quilombos também foram incluídos. Enfim, é uma cadeia  de  ações  que  movimenta  a  engrenagem  da construção de moradias populares. Outra  novidade  deste  governo  foi  a  disposição  de  destinar  casas  a trabalhadores   rurais.  É  o  Pró-Lar  Rural,  em  que  as  moradias  vão, exclusivamente,  para  quem  trabalha  no campo, quem é pequeno produtor ou bóia-fria.  A  previsão  é de que mais de 2.500 unidades sejam viabilizadas por este programa. Tudo  isso  é,  no  fundo,  uma  resposta,  uma prestação de contas àquelas pessoas que precisam da intervenção do Poder Público Estadual na construção de  habitação popular. Intervenção eficiente e eficaz, porque realmente vai ao encontro de quem não tem atendimento do sistema financeiro nem de outros programas  habitacionais.  São  Paulo  enfrenta o problema e beneficia essa gente com recursos do Tesouro Paulista ? dinheiro que vem da arrecadação do ICMS, dinheiro do próprio povo. (*) Mauro Bragato é secretário de Estado da Habitação

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