A Justiça do Trabalho de São Paulo determinou nesta quinta-feira por meio de uma medida liminar o afastamento de toda a direção da Vasp <VASP3.SA> e nomeou a União como interventora na empresa pelos próximos 12 meses.
A decisão do juiz Lúcio Pereira de Souza, da 14a Vara, é de primeira instância e torna indisponíveis os bens da Vasp e de seus administradores, de acordo com informações da Agência Brasil. O despacho diz que essa se trata da "medida adequada para que se regularize o passivo trabalhista da empresa (...) seguido de novo ânimo para reerguer a empresa".
O interventor será indicado nos próximos 5 dias pelo Departamento de Aviação Civil (DAC). A liminar foi concedida em ação movida por três partes: o Ministério Público do Trabalho e os sindicatos nacionais de aeroviários e aeronautas.
Documentos, livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos relacionados ao caso em dependências da Vasp em todo país poderão ser investigados pelo interventor.
ALENCAR AMEAÇA VARIG
Após o anúncio da intervenção na Vasp, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, afirmou que a mesma medida pode ser aplicada à Varig <VAGV4.SA> para reestruturar a companhia aérea.
"A intervenção pode acontecer, desde que seja dentro da lei. Se não for à luz da lei, não há salvação", declarou Alencar, depois de se encontrar com deputados da Frente em Defesa da Varig, que pressiona pela medida.
A deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), integrante do grupo, afirmou que um documento com o pedido de intervenção está sendo elaborado para ser entregue na terça-feira.
A medida volta a ser cogitada depois da proibição da Fundação Rubem Berta, que controla a empresa, para que os responsáveis pela reestruturação da Varig comparecessem a uma audiência pública no Senado na manhã desta quinta-feira.
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