O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira que são falsos os documentos apresentados como suposta prova de que o Partido dos Trabalhadores (PT) receberia US$ 5 milhões das Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
“A análise dos documentos feita pela Abin demonstra cabalmente que os documentos não foram produzidos pela agência”, afirmou Mercadante, que recebeu as informações do ministro-chefe do gabinete de segurança Institucional, general Jorge Armando Félix. “Ele me mostrou, com todas as evidências, que os documentos não são da Abin, nunca foram produzidos pela Abin”, completou.
Estes papéis, atribuídos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujas supostas informações foram publicadas na revista Veja desta semana é que tentam sustentar a matéria. Intitulada “Tentáculos das Farc no Brasil”, a notícia, porém, admite não ter como comprovar o repasse do dinheiro.
O senador petista ressaltou que o PT tem todo o interesse em apurar o caso e anunciou que apóia o requerimento do senador Demóstenes Torres (PFL-GO) para que o general Félix explique a reportagem.
“Ao Partido dos Trabalhadores interessa que esse episódio seja totalmente esclarecido. Somos um partido que tem uma longa tradição democrática de solução pacífica dos conflitos e não queremos ter qualquer tipo de associação às Farc muito menos qualquer tipo de suspeição em relação a isso que foi publicado”, destacou.
Segundo Mercadante, o próprio general Félix já solicitou a convocação da Comissão Externa de Controle das Atividades Inteligentes – comissão formada por deputados e senadores que fiscaliza as atividades da Abin – para tratar do assunto.
“Nós temos todo interesse na investigação completa desse episódio inclusive para saber por que foram apresentados esses documentos como sendo da Abin não sendo da Abin”, acrescentou.
Ao discursar na tribuna do Plenário, Aloizio Mercadante disse que as denúncias são infundadas e lembrou caso ocorrido em 2002, em que o PT negou veementemente apoio à criação de comitês pró-Farc.
“Portanto o nosso partido já naquela ocasião não patrocinou nenhuma iniciativa de comitês pró-Farc. Qualquer iniciativa dessa natureza não teve o apoio do PT. Nós temos uma posição clara”, disse o senador, lembrando que essa posição foi reproduzida em reportagem publicada no jornal Estado de São Paulo de 9 de março de 2002.
As informações são do site do senador Aloizio Mercadante.
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