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Dia 25 de maio, os grupos da Oficina de Choro fazem nova apresentação gratuita na Câmara de Cultura Antonino Assumpção. Quem passou pela rua Marechal Deodoro, em frente ao número 1325, por volta do meio-dia da última quarta-feira (11/5), pode ouvir uma agradável melodia difundida pelas caixas colocadas nas janelas da Câmara. No final de cada música, os transeuntes foram convidados a entrar e apreciar de perto o grupo de Choro que se apresentava no espaço aberto reservado às apresentações musicais. Quem entrou para conferir, não se arrependeu. O que muitos não sabiam é que aqueles músicos eram, na verdade, alunos da Oficina de Choro, e nem que aquela era a primeira apresentação do grupo em público, dando início ao Choro ao Meio Dia, que acontecerá no local a cada quinze dias, no mesmo horário.
O aposentado Odair dos Santos, morador de São Bernardo, estava na platéia. “Sempre acompanho a programação da Câmara de Cultura, e quando fiquei sabendo da apresentação de Chorinho, fiz questão de vir prestigiar”, conta. “A Prefeitura está de parabéns, pois a cidade precisa de eventos como esse, que divulguem os músicos daqui. Acho que é preciso fortalecer a divulgação, principalmente nos bairros, para que as pessoas fiquem sabendo e possam vir prestigiar também”, opina.
A Oficina de Choro é um programa desenvolvido pelo Departamento de Ações Culturais, que teve início em outubro do ano passado e hoje já conta com 70 alunos. Sob a coordenação do maestro Marcos Murillo de Almeida Passos, as aulas, gratuitas, acontecem de segunda a sexta, às 18h, no Parque Cidade de São Bernardo (Avenida Kennedy).
Pioneiro na região do ABC, esse é o segundo curso específico de Chorinho no país. A primeira escola a lecionar esse estilo de música é de Brasília. Segundo o secretário especial de Coordenação de Ações Voltadas à Comunidade, Admir Ferro, o objetivo é promover a formação musical e profissional, além de divulgar e resgatar o valor da música genuinamente brasileira.
Apreciação – Com o intuito de promover a profissionalização dos alunos, a oficina engloba vários cursos. Os alunos recebem aulas específicas para cada instrumento como flauta, clarinete, violão, percussão (pandeiro), cavaquinho e bandolim, com professores especializados, além da prática de conjunto (apreciação), que acontece às terças e sextas-feiras. Nessas aulas, além de formarem grupos para o ensaio em conjunto, os alunos estudam teoria básica e história do Choro, quando aprendem sobre instrumentação, compositores e formação dos regionais, de acordo com a cronologia desse estilo musical.
A qualidade das aulas e a seriedade com que o curso é levado pelos professores e coordenadores é um capítulo à parte. A oficina conta, por exemplo, com o integrante do conjunto Madeira de Vento e Confraria do Choro, Otimilo Pacheco, que dá as aulas de clarinete. Pacheco é sobrinho de Antonio Dias Carrasqueira, flautista de renome internacional aclamado pela crítica como um dos maiores músicos contemporâneos de seu instrumento.
De acordo com o diretor de Ações Culturais, Gonçalo Pavanello, a intenção é formar grupos a partir da seleção desses alunos para apresentações na cidade, dentro da programação cultural. "Já estamos começando com o Choro ao Meio Dia, que é uma oportunidade de as pessoas conhecerem o trabalho desses alunos, mas a idéia é definir um espaço no cidade onde os apreciadores desse estilo possam se encontrar para tocar, ouvir música e trocar idéias", afirma. Para uma segunda etapa, segundo Pavanello, o objetivo é levar as oficinas nos bairros para que as comunidades tenham acesso à prática dos instrumentos, de forma que as aulas não fiquem restritas apenas no parque.
Segundo o coordenador e maestro, Marcos Murillo de Almeida Passos, o diferencial desta Oficina é que o Choro possui uma linguagem própria no tocante à articulação das frases melódicas, encadeamento harmônico e estilo. "O músico precisa estar afinado com essa linguagem, que tem uma característica de improvisação genuinamente brasileira. A linguagem do Chorinho para o brasileiro é como a do Jazz para o americano", explica.
Ainda segundo Passos, inicialmente o projeto visava atrair músicos de nível mais avançado, no entanto, a maior procura foi de alunos de nível médio e iniciante. Com isso, decidiu-se por deixar o curso livre, adaptado tanto para aqueles com conhecimento musical quanto para os iniciantes. "Achei que teria mais dificuldade para formar os grupos, mas acabei me surpreendendo com a desenvoltura deles. A formação está acontecendo de forma bem democrática, respeitando os limites de cada aluno e a afinidade entre eles", afirma.
O estudante Robson de Moura, 13, começou a aprender cavaquinho aos 11 anos, e há quatro meses entrou na oficina interessado em aperfeiçoar seu conhecimento musical. "Já havia começado alguns cursos antes, mas nenhum me chamou tanto a atenção quanto este. Os professores são bastante dedicados, aprendemos muito durante as aulas", disse.
Já o aluno de violão, José Carlos Souza, 48 anos, está no curso desde o início e, apesar de há alguns anos já tocar violão por cifras, só começou a aprender a ler partitura na própria oficina. "O curso é bastante sério e os professores muito profissionais. Estamos ansiosos para poder nos aperfeiçoar, uma vez que não há outra escola nesse gênero por aqui".
Apresentação - Para quem quiser apreciar as apresentações dos grupos da Oficina de Choro é só acompanhar a programação da Câmara de Cultura Antonino Assumpção (rua Marechal Deodoro, 1325 - Centro). O público também pode assistir às aulas de apreciação da oficina, que acontece às terças e sextas-feiras, a partir das 18h, no Parque Cidade de São Bernardo.
Os interessados em participar da Oficina de Choro podem se informar diretamente no Departamento de Ações Culturais, que fica na rua Bauru, 21, Baeta Neves. O telefone é o 4123-8083 e o e-mail é cultura.promocao@saobernardo.sp.gov.br.
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