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Dirigentes do PT e de partidos aliados têm afirmado, internamente, que o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito de 2006 está ameaçado por erros na condução da crise política do governo federal, agravada na última semana com a iminente criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncia de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a tradição de disputas internas do PT, que é a sigla de Lula e representa a cota majoritária da base governista, está criando um clima de desconfiança sobre a real capacidade de o partido aglutinar forças em meio a uma onda de denúncias e críticas da oposição.
Essa suposta instabilidade, avaliam alguns líderes do próprio PT, pode levar a um fracasso não só nas eleições para a Presidência da República como também nos pleitos regionais.
Segundo essas lideranças, os principais erros de Lula são quatro. O primeiro deles seria a resistência do presidente em retirar o ministro Aldo Rebelo da Coordenação Política, apesar do evidente desgaste político e de a saída já estar acertada há algum tempo. Os observadores acusam o presidente de postergar as negociações com os aliados, prejudicando a formação de coalizões para o próximo ano.
Outro engano de Lula seria a suposta inabilidade em administrar as divergências internas do PT no Congresso, o que teria permitido a eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara, uma vez que ele concorreu com dois candidatos do PT ¿ o oficial, Luiz Eduardo Greenhalgh, e o avulso, Virgílio Guimarães. A acusação mais recente se refere à disputa de três petistas para concorrer ao governo de São Paulo. A divisão interna deveria ser barrada pelo presidente, avaliam.
O terceiro erro de Lula seriam suas declarações, consideradas desastradas em diversas oportunidades. Um exemplo disso seria a manifestação pública de Lula em favor do presidente do PTB, Roberto Jefferson, acusado de envolvimento no esquema de propinas nos Correios.
O quarto e último equívoco do presidente seria sua tendência cada vez maior de tomar decisões importantes sozinho, sem a interferência de assessores mais próximos. Lula estaria agindo dessa forma por temer que informações sigilosas possam vazar para a imprensa, porém, com essa atitude, estaria correndo o risco de se equivocar em suas avaliações.
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