O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em um telefonema aos seus auxiliares que reconhece sua parcela de culpa no fracasso para inibir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, mas responsabilizou também os 14 deputados federais do PT e os seis do PC do B, que aderiram à criação da comissão, de acordo com a Folha de S. Paulo.
Lula, que estava no Japão, soube através do ministro da Casa Civil, José Dirceu, que o senador Eduardo Suplicy assinou chorando o requerimento da CPI e descumpriu o acordo com o governo. Segundo a Folha, ambos chamaram o senador de "ator".
Na quinta-feira, o governo não conseguiu retirar as assinaturas necessárias para barrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará a denúncia de corrupção nos Correios. Com 234 deputados e 22 senadores, o requerimento para a instalação da CPI, lido na quarta-feira no Plenário do Congresso, oficializou a instalação da investigação.
Logo após a meia-noite, a mesa diretora do Senado informou que, ao longo do dia, 13 parlamentares incluíram suas assinaturas e outros 27 retiraram o apoio. Os partidos que apresentaram requerimento para retirada de assinaturas da CPI foram PSB, PTB e PT. Apesar da recomendação petista para que seus parlamentares retirassem a assinatura, dos 19 que pediram a CPI, apenas sete retiraram a assinatura.
Denúncia de propina
Uma gravação em vídeo publicada pela imprensa no dia 15 de maio denunciou a suposta existência de corrupção envolvendo funcionários na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Na gravação, o diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, cita nomes de outras pessoas que estariam envolvidas no esquema de propina, entre eles o ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista, o assessor da Diretoria de Administração da estatal, Fernando Godoy, e o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), deputado Roberto Jefferson (RJ). Após a denúncia, Maurício Marinho e Fernando Godoy foram dispensados de suas funções por determinação do Ministério das Comunicações.
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