Relator responsabilizará Dirceu por corrupção

 

Politica - 31/08/2005 - 08:19:19

 

Relator responsabilizará Dirceu por corrupção

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O relatório parcial da CPI dos Correios, que será apresentado nesta quinta-feira pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), irá apontar o ex-ministro da Casa Civil e deputado José Dirceu (PT-SP) como responsável por suposto esquema montado no governo para entregar cargos em estatais a aliados, que teriam a missão de arrecadar recursos destinados ao PT e partidos alinhados com o Planalto. O peemedebista afirma estar certo de que o "mensalão" de fato existiu, ou seja, parlamentares teriam recebido dinheiro para votarem com o governo federal. "Está comprovado o recebimento em espécie de dinheiro por parlamentares. Havia recebimento de vantagem indevida, ilícita", garante. Segundo adiantou nesta terça-feira, Serraglio irá isentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de envolvimento nas alegadas irregularidades, mas indicará um culpado - Dirceu, que enfrenta processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Assessores de José Dirceu alegam que se trata de um "julgamento político", o que poderá até ajudar na defesa do ex-chefe da Casa Civil - afastado por conta das denúncias contra si. O relator da CPI também apontará, além de Dirceu, outros 17 parlamentares por prática de ilícitos - sobretudo por sacarem dinheiro das contas do empresário Marcos Valério, por indicação do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Ele não pedirá diretamente a cassação dos acusados, mas elencará indícios que podem levar à perda dos mandatos, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. O ex-líder do PP deputado Pedro Henry (MT) e o líder do PL, Sandro Mabel (GO), também vão integrar a lista, porém Osmar Serraglio afirma não possuir provas contra os mesmos. Para Serraglio, além de haver evidências contra Dirceu, haveria provas fortes de irregularidades contra cerca de 15 dos suspeitos. Entre eles está o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, flagrado após sacar R$ 50 mil de agência vinculada a Valério no Banco Rural, em Brasília. Também se encontra em situação delicada o deputado José Mentor (PT-SP), que recebeu R$ 120 mil do esquema petista e excluiu o Rural do relatório final da CPI do Banestado, da qual foi relator, apesar de haver fortes suspeitas contra o banco. Ele ainda avalia a possibilidade de incluir no relatório o senador e presidente do PSDB Eduardo Azeredo (MG), que comprovadamente recebeu dinheiro de Marcos Valério quanto tentava se reeleger governador de Minas Gerais, em 1998. A respeito de Dirceu, o relator afirma que a situação do petista é "muito complicada": "Segundo o meu juízo, a situação de José Dirceu é muito complicada e exige uma condução um tanto quanto severa", avaliou Serraglio. O parecer do relator deverá ser concluído, ainda que preliminarmente, em conjunto com seu correspondente na CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG). Relatório conjunto A decisão de unificar os relatórios das comissões parlamentares foi tomada na terça-feira, após reunião entre os presidentes e relatores da CPI dos Correios e do Mensalão com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além da discussão sobre o relatório parcial das comissões dos Correios e do Mensalão, na reunião ficou acertada a realização de encontros semanais entre os presidentes e relatores da três CPIs para organizar os trabalhos e evitar repetições de procedimentos. As reuniões ocorrerão sempre às segundas-feiras. Calheiros também propôs a contratação de consultoria técnica externa para intensificar a análise dos documentos e o envio de mais funcionários integrantes do corpo técnico da Casa para avaliação dos dados. Também foi determinada a criação de um banco de dados único que servirá para o acesso comum dos parlamentares às informações. As reuniões das comissões também deverão ser iniciadas sempre às 10h, e não às 11h30 como vinha sendo feito. Remessas de documentos Durante a reunião, Calheiros propôs-se a interceder pessoalmente junto aos bancos, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Receita Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal, além de outros órgãos para agilizar a remessa de documentos requeridos pelas CPIs.

Links

...Continue Lendo...

...Continue Lendo...

Vídeo