João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), assassinado em 2002 deve repetir, perante os membros da comissão parlamentar, que o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal José Dirceu (PT-SP) recebeu R$ 1,2 milhão em espécie, supostamente oroginário de esquema de corrupção no município do interior paulista. Diante de promotores que investigam a morte do petista, o irmão de Celso Daniel já tinha feito a denúncia, insistindo que o dinheiro se destinaria a custear campanhas eleitorais do PT. João Francisco e o próprio Ministério Público paulista defendem a tese de que o ex-prefeito foi morto por ser contrário às práticas de corrupção que ocorreriam durante seu mandato. Para justificar as denúncias, o irmão do petista deverá citar relato de Gilberto Carvalho, assessor particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entrevistado pelo jornal O Estado de S.Paulo, João Francisco Daniel afirma que Carvalho lhe confidenciou a suposta coleta de recursos feita por Dirceu - o assessor de Lula nega a existência do diálogo e entrou com ação de danos morais contra João Francisco.
O senador Romeu Tuma (PFLSP), autor do requerimento que resultou na convocação do irmão do ex-prefeito, afirma ser vítima de pressões de petistas e membros da base aliada contrários ao depoimento. Ele se diz convicto de que a suposta cobrança de propina em Santo André serviu de laboratório para o "mensalão". Baseado nessas convicções, requereu ao Ministério Público paulista cópias de documentos que possam comprovar ilícitos na realização de licitações no município.
Segundo o Estadão, a família de Celso Daniel acusa o PT de tratar com descaso a morte do petista, que dias antes de morrer tinha sido designado para comamdar a campanha de Lula à Presidência em 2002. Os ffamiliares também discordam do inquérito da Polícia Civil, o qual considera ter se tratado de crime comum. João Francisco e os promotores garantem que o assassinato foi "encomendado".
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