Doleiro confirma remessas ilegais feitas por Maluf

 

Politica - 06/09/2005 - 00:31:23

 

Doleiro confirma remessas ilegais feitas por Maluf

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A Polícia Federal concluiu que os cofres públicos do município de São Paulo foram saqueados nas administrações de Paulo Maluf e Celso Pitta, segundo o Jornal Nacional. O doleiro Vivaldo Alves, 60 anos, em depoimento à PF, afirmou que trabalhava a mando de Flávio, filho de Maluf, e tratava do envio de dinheiro ao exterior através do Safra International Bank, de Nova Iorque. As revelações foram feitas pelo doleiro em troca da redução de sua pena. Ele afirmou que abriu três contas em Nova York, em nome de Flávio Maluf e fazia as transações por fax ou telefone. Em um dos três depoimentos que Vivaldo prestou à PF, ele disse que fez, a pedido de Flávio, depósitos no exterior para Duda Mendonça, muito antes que o publicitário admitisse publicamente a existência de dinheiro não declarado fora do Brasil. Duda trabalhou para o PT e ajudou a eleger Maluf e Pitta para a prefeitura de São Paulo. Duda falou, por meio de seu advogado, que só vai se manifestar diante das autoridades. A conta que recebia dinheiro para Duda era de uma empresa chamada Heritage Finance Trust, no Citibank de Nova York. O código usado para a conta era "Eleven", que, segundo Vivaldo, era uma referência ao número de Maluf em campanhas eleitorais. O total depositado nesta conta, em 1998, antes da campanha eleitoral, fica por volta de US$ 5 milhões. A polícia já havia pedido a prisão preventiva dos três acusados por suspeitas de tentativa de suborno de testemunhas. O pedido está sendo analisado pela Justiça. Grampos da PF registraram Maluf e Flávio tentando impedir que Vivaldo fizesse as declarações à policia. O próprio doleiro afirmou que foi intimidado pelos acusados e aconselhado a falar somente na Justiça. A assessoria de imprensa de Maluf julgou o pedido de prisão uma "cortina de fumaça" criada para desviar o foco das denúncias que envolvem o governo Lula. Em um trecho das gravações feitas pela PF, dias após o primeiro depoimento de Vivaldi, Paulo Maluf aparece citando o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que é chamado de "chefão". Para Maluf, caso Vivaldo tivesse citado o publicitário Duda Mendonça em seus depoimentos, Bastos não deixaria que o delegado da PF Protógenes Queiroz, responsável pelo inquérito, desse continuidade ao processo. Cinco dias depois, Maluf deixou dois recados na secretária eletrônica do ministro, pedido para que fosse marcada uma reunião sobre "um assunto importante". A assessoria do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou que ele não recebeu qualquer solicitação de Paulo Maluf sobre inquéritos da Polícia Federal. Maluf, Pitta e Flávio são acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, corrupção, peculato e formação de quadrilha.

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