As vendas de computadores pessoais no Brasil em 2005 crescerão cerca de 27% em relação ao registrado no ano passado, para 5,2 milhões de unidades. Isso supera a expansão mundial de 15% prevista para o setor, informou hoje a empresa de pesquisa IDC. A companhia apontou, ainda, um primeiro recuo em dez anos do mercado ilegal de PCs no País.
Segundo cálculos da multinacional de pesquisa da indústria de tecnologia, a participação do chamado "mercado cinza" de PCs no Brasil - máquinas contrabandeadas ou que possuem componentes que deixam de pagar impostos - recuou de 74% no final de 2004 para 65% este ano. A queda acontece após o governo ter reduzido a carga de impostos que incide sobre a venda de PCs, o que gerou uma queda de 9,25% no preço de computadores de até R$ 2,5 mil, e de a Microsoft ter distribuído no Brasil uma versão mais barata de seu sistema operacional, disse o gerente de pesquisas de TI e telecom da IDC Brasil, Ivair Rodrigues.
O analista também citou como motivos para o recuo a atuação das autoridades federais para coibir importação ilegal de produtos (hardware e software) e a apreciação do real ante o dólar, que barateia a compra de componentes para a montagem dos computadores. Atualmente, 85% das peças usadas em um PC fabricado no país são importadas e isso representa 60% do custo do produto, disse Rodrigues.
"Isso representa uma melhora do mercado legal de 35%", disse o diretor da maior fabricante de computadores do país, Positivo Informática, Hélio Rotemberg. A empresa lidera o mercado legal de PCs com uma participação de 5,5%, segundo números do IDC, e vende por mês cerca de 30 mil computadores.
Apesar da queda, ainda não há motivos para comemorar pois "os cinco maiores fabricantes têm uma participação de 19% do mercado total, sendo que a média mundial é de 42%", disse Rodrigues a jornalistas. "Existe um mercado mundial enorme de produtos não conformes (usados, recondicionados, sem qualidade), que vende principalmente para África e América Latina", acrescentou.
A base de PCs do País, considerando computadores de mesa e notebooks, deve encerrar o ano entre 17 e 18 milhões de unidades, avanço em relação ao parque de 15 a 16 milhões de máquinas existente em 2004. Das vendas de computadores previstas para este ano, cerca de 2 milhões de unidades serão dirigidas para o mercado residencial, disse Rodrigues. "Isso é significativo em termos históricos, está sendo puxado pela compra do primeiro computador ainda pela classe B e pela aquisição da segunda máquina pela classe A", afirmou.
O restante das vendas é impulsionado pela substituição de computadores de empresas e os usados por governos, principalmente. No primeiro semestre do ano, o mercado de PCs no Brasil teve recorde de vendas, atingindo 2,5 milhões de unidades, crescimento de 44% em relação ao mesmo período de 2004.
|