PL apoia Aldo Rabelo depois que Lula promete R$ 1 bi

 

Politica - 28/09/2005 - 08:51:18

 

PL apoia Aldo Rabelo depois que Lula promete R$ 1 bi

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Ontem, o governo federal jogou todas as suas fichas no candidato Aldo Rebelo (PCdoB-SP), com a interferência direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e conquistou o apoio do PL, já em primeiro turno, mediante a promessa de liberação de R$ 1 bilhão para o Ministério dos Transportes, comandado por Alfredo Nascimento - indicação dos liberais. João Caldas (PL-AL), o candidato do PL à presidência da Casa, afirmou que irá manter sua candidatura mesmo com o apoio dado por seu partido a Aldo. A forte atuação do governo e a intervenção de Lula na véspera do pleito também surtiu outro efeito importante: o PTB, integrante do "baixo clero" identificado com Severino, fechou apoio a Rebelo em segundo turno, com a perspectiva de recuperar cargos na administração federal que tinha perdido após o escândalo do "mensalão", deflagrado pelo ex-deputado petebista Roberto Jefferson (RJ). O Planalto já tinha anunciado a liberação de emendas parlamentares a fim de conquistar votos para Aldo no Congresso. A ofensiva do governo pretende evitar a desmobilização e os erros do início do ano, quando o então quase desconhecido Severino Cavalcanti, do PP, se elegeu presidente, graças ao voto de "protesto" de parlamentares do PSDB e PFL, os principais partidos da oposição. Guerra contra afilhado de Severino Desta vez, além de emplacar o ex-ministro da Coordenação Política Rebelo na presidência da Casa, o Planalto quer, de toda forma, impedir a presença no segundo turno do candidato Ciro Nogueira (PP-PI), corregedor da Câmara e afilhado político de Severino (que articula, mesmo afastado, adesões para o "compadre"). O melhor cenário, para o Planalto, é Aldo disputando o segundo turno com o nome do PFL e do PSDB, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), apoiado também pelo PPS, PV, PDT e Prona. Assim, a briga ficaria polarizada entre governo e oposição e atrairia mais facilmente a simpatia dos aliados. "O governo está convencido de que é mais perigoso encarar Ciro no segundo turno do que Nonô", avaliou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). A intenção de "rachar" o "baixo clero" foi aparentemente bem-sucedida com a adesão parcial do PTB. Para reforçar a estratégia junto aos petebistas, o próprio Lula e o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, se reuniram ontem com o outro candidato da sigla, Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), e pediram que ele não renuncie à disputa, como forma de enfraquecer o PTB, e apóie Aldo no segundo turno. Para barganhar, Lula acenou justamente com a ampliação dos cargos federais dos trabalhistas. A eleição de Aldo é considerada por Lula fundamental para estabilizar o governo face à crise política e recompor a despedaçada base aliada. As alianças em curso pretendem redesenhar o governo e podem ter relexos, inclusive, na formação da Esplanada dos Ministérios. Ontem, o ministro Jaques Wagner tratou de desmentir que o governo cogite dar mais uma pasta ao PL em troca do apoio. Há, no total, dez candidatos no páreo, representando a disputa mais acirrada da história da Casa: Alceu Collares (PDT-RS), Aldo Rebelo, Ciro Nogueira (PP-PI), Francisco Dornelles (PP-RJ), Jair Bolsonaro (PP-RJ), João Caldas (PL-AL), José Thomaz Nonô (PFL-AL), Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), Temer e Vanderlei Assis (PP-SP). Desses, Aldo, Nonô e Nogueira são os que têm mais chances de avançarem até o segundo turno. Temer Michel Temer mantém sua candidatura, apesar de uma parcela considerável do PMDB, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), estar apoiando Rebelo. Existe a possibilidade de Temer, presidente nacional do partido, renunciar à candidatura e dar apoio a Nonô, que ocupa interinamente a presidência da Câmara pois é o atual primeiro-vice-presidente. Eventuais desistências podem ocorrer até uma hora antes do início da votação. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, ligado ao partido, teria telefonado para Temer, oferecendo uma vaga no tribunal em troca da desistência. O candidato teria recusado.

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