Na segunda reunião administrativa em que não se conseguiu votar nenhum requerimento, o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), anunciou que vai prorrogar o prazo de funcionamento da CPI. Decepcionado com a ausência de quorum na reunião - fato que impediu que fossem aprovados requerimentos para quebras de sigilo e tomadas de depoimentos -, o senador também revelou que pedirá providências à Mesa da Casa para agilizar os trabalhos e que registrará o nome dos faltosos para que "a opinião pública saiba quem está provocando atrasos".
Com a suspensão da reunião, a agenda que havia sido preparada pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), ficou prejudicada. Segundo a Agência Senado , ele pretendia trazer "novos elementos" às investigações documentais que a comissão vem fazendo, como informações a respeito das franquias dos Correios - ninguém da área foi ouvido até o momento - e dos contratos de obras, o que, de acordo com Serraglio, dirigiria o foco das investigações, ou seja, começaria a indicar as origens dos recursos que passaram pelo propinoduto. "Há mais de 20 dias estamos sem aprovar nada, não nos deixam aprovar as coisas mais elementares", lamentou o deputado.
Outro requerimento que estava na pauta para ser aprovado era o que determinava o depoimento do doleiro Dário Messer, acusado por Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, de ser "o doleiro do PT".
O sub-relator de Fontes Financeiras da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), revelou ter recebido parte da documentação apreendida na casa de Marco Túlio Prata, irmão de Marco Aurélio Prata, contador do empresário Marcos Valério. Segundo Fruet, os documentos divergem dos apresentados por Valério em seu depoimento à CPI e, inclusive, o suposto empréstimo feito para o PT não aparece nos registros. "Ele não emprestou o dinheiro para o PT, foi apenas o intermediador", disse.
|