Namoro entre família, pode trazer conflitos, mas reprimir pode ser pior para todos

 

Mulher - 11/03/2003 - 15:59:12

 

Namoro entre família, pode trazer conflitos, mas reprimir pode ser pior para todos

Que cunhado não é parente, todo mundo já sabe. Mas, e primo?

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Atire a primeira pedra quem nunca olhou com outros olhos esse membro da família que, em alguns casos acaba chegando bem mais perto do que muitas vezes o distante grau de parentesco.

Atire a primeira pedra quem nunca olhou com outros olhos esse membro da família que, em alguns casos acaba chegando bem mais perto do que muitas vezes o distante grau de parentesco.

A verdade é que durante toda a nossa infância convivemos com ele, seja para brincar, ir à praia, ao parque, às festas de fim de ano... e muitas vezes até achamos ele meio fresquinho, egoísta e chato. O problema é quando a gente cresce e percebe que aquele menino enjoadinho se transformou num “deus grego”, que poderia ser muito mais do que um simples membro da família. Ou melhor: que poderia ser o membro principal da família que você pretende montar. “Que homem é esse?”, foi a pergunta que a estudante Bianca Melo, 20 anos, se fez, absolutamente surpre-sa, quando reencontrou seu ‘pri-minho’ depois de alguns anos. “Louro, alto, escultural e ainda por cima da família (risos)! Ele é maravilhoso. Não resisti e me apaixonei. O único problema foi a minha tia, que mesmo gostando de mim não admitiu o namoro”, conta. Segundo a psicóloga e terapeuta de família Eliane Cotrim, o medo da mãe ou do pai em deixar suas filhas com os primos é normal e deve-se à sexualidade (o bicho-papão dos pais). “Mas se os primos tiverem que ficar juntos e se casar, farão isto! Reprimi-los não adianta”, enfatiza. O psiquiatra e psicotera-peuta Carmine Martuscello Neto argumenta que a reação negativa dos familiares sobre um possível romance entre primos provém de um tabu – que se estende até os dias de hoje – entre pais e filhos, onde o filho não pode tocar nos parentes mais próximos. “O impedimento do relacionamento entre primos é cultural. Pode haver uma barreira biológica, mas a barreira cultural é maior, pois já existe tratamento genético e acompan-hamento médico para apurar a probabilidade de doenças, caso queiram ter filhos”, explica. A professora Roberta Salles, 27 anos, foi apaixonada pelo primo quando era mais nova, mas ele não ligava a mínima para ela. “Como ele morava em Araras, não nos encontrávamos sempre. Depois de muito tempo, quando terminei com o meu namorado na época, é que ficamos”, lembra. Mas como amor de fim de semana quase sempre termina na segunda-feira, Carolina acabou deixando o relacionamento para trás. “Depois ele ainda me procurou algumas vezes, mas nunca rolou mais nada. Agora ele se mudou para Fortaleza e eu estou namorando. Mas se voltasse para o Rio ficaria com ele outra vez. Nossa família sempre se deu bem”, explica. Eliane Cotrim acrescenta que muitas famílias, inclusive, são a favor do casamento entre primos, pois já está tudo em casa e os valores estão sendo mais reforçados. “É a tradição. O judeu, por exemplo, estimula a união entre parentes, porque fazem questão da convivência em família”, observa. Na maioria das mesas de bar, quando o assunto é prima, a ala masculina estampa um sorrizinho no canto da boca e pensa, quase sempre em voz alta: “não adianta, sempre rola um clima”. O engenheiro Fabio Noronha, 25 anos, conta, orgulhoso, que já ficou com quase todas as primas da família. “É sempre a mesma coisa: viagem de férias e muuuito beijo na boca. Todo ano eu passava férias com minhas primas de Salvador. Aí já viu, né?”, brinca. Segundo a psicóloga, Fabio está certo, pois é jovem, está cheio de energia e foi uma questão de oportunidade por tratar-se de uma viagem de verão. “É uma experiência da hora, quase que uma brincadeira”. A coordenadora de mídia Simone Sousa, 38 anos, teve uma relação bastante calorosa com o primo, aos 29 anos, e garante que tudo começou ainda na barriga das respectivas mães. “Desde a infância brincamos juntos e tivemos muita ligação. Mas o ele é bem saidinho... já morou com umas dez mulheres desde que me entendo por gente e todas sempre tiveram ciúme de mim”, conta. Quando Simone se envolveu com o primo, ele já era casado, mas as viagens de sua esposa sempre foram desculpas perfeitas para uma escapada. “Nos falávamos sempre por telefone e, pessoalmente, os amassos eram muito legais. Íamos a festas, bares, sambas, aniversários de família... sempre sem a mulher dele. O nosso relacionamento era na cara da família! Eles nunca se meteram e meus pais o adoram. Viajávamos juntos e dormimos um bocado fora”, conta ela, que chegou até mesmo a ganhar de aniversário uma aliança com um coração em diamante do nada inofensivo primo. Segundo Eliane, é possível encontrar famílias mais abertas, que aceitem a união dos primos. “Mas também há a hipótese da família rejeitar a própria esposa do rapaz e preferir que ele se una à prima”, observa. Coincidência ou não, Simone conta que as cobranças foram aumentando e que seu primo acabou se separando. Na mesma época, ela começou a namorar o ex-marido e nunca mais saíram juntos. “Até hoje quando a gente se fala ele sempre pergunta quando vamos marcar um barzinho, mas vou desconversando. Afinal, ele está casado com outra e tudo que não é bem resolvido sempre tem um retorno de alguma forma, fica parecendo que não vai acabar nunca!”, afirma.

Atire a primeira pedra quem nunca olhou com outros olhos esse membro da família que, em alguns casos acaba chegando bem mais perto do que muitas vezes o distante grau de parentesco.

Atire a primeira pedra quem nunca olhou com outros olhos esse membro da família que, em alguns casos acaba chegando bem mais perto do que muitas vezes o distante grau de parentesco.

Atire a primeira pedra quem nunca olhou com outros olhos esse membro da família que, em alguns casos acaba chegando bem mais perto do que muitas vezes o distante grau de parentesco.

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