Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acreditar que está perto o fim da crise política que abalou seu governo, sociólogos e cientistas políticos dizem que o problema está longe de ser resolvido. De acordo com analistas, o fato de Lula declarar que desconhecia o esquema de corrupção não o isenta da responsabilidade nem o torna menos culpado, diz o jornal Folha de S.Paulo. Segundo o cientista político Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal Minas Gerais (UFMG), ainda há muito trabalho pela frente para as CPIs e para o Ministério Público.
Já o cientista político e diretor do Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação (Cepac), Rubens Figueiredo, acredita que a crise já produziu "efeitos de um furacão". Para ele, Lula poderá respirar aliviado apenas quando as investigações das CPIs forem concluídas. Para ele, as denúncias de corrupção no governo Lula serão "lembradas na campanha eleitoral" de 2006.
Para o sociólogo e ex-ministro da Cultura no governo Fernando Henrique Cardoso Francisco Weffort e para o ex-professor titular dos departamentos de Ciência Política da USP e da Unicamp Leôncio Martins Rodrigues o surgimento de novas denúncias vai determinar ou não o fim da crise.
O historiador Boris Fausto acredita que a má fase do governo deve se estender até 2006 e pode, sim, atrapalhar a corrida eleitoral caso Lula decida concorrer novamente à Presidência.
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