O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, adquiriu em São Paulo um Ômega australiano blindado e pagou R$ 67 mil à vista pelo importado, de cor prata. O suposto operador do mensalão comprou, mas ainda não transferiu a propriedade do carro para o seu nome, ou seja, não incorporou o bem ao seu patrimônio pessoal. "O dinheiro é do Delúbio, saiu da conta corrente dele", declarou o advogado Paulo Vianna, amigo do ex-tesoureiro. "É tudo transparente, não tem nada escondido nessa transação". À Polícia Federal, em agosto, Delúbio disse que seu patrimônio se resumia a uma conta com R$ 168 mil. "Foi uma operação comercial absolutamente normal", reiterou o advogado.
O veículo é ano de fabricação 2000, está com 70 mil quilômetros rodados, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Do cadastro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) consta que o Ômega está em uso pelo antigo vendedor de uma concessionária de carros japoneses em regime de leasing do banco Itaú.
"Ele (Delúbio Soares) nunca apareceu aqui", afirmou um dos sócios da loja, especializada em veículos importados e blindados. "Veio o motorista dele, entregou o cheque e, 3 dias depois, retirou o Ômega". Segundo o empresário, o carro que Delúbio levou foi plenamente quitado junto ao banco, antes de ser colocado à venda. O empresário informou que emitiu nota fiscal em nome do ex-homem-forte do PT.
Segundo o advogado Vianna, Delúbio resolveu comprar o blindado atendendo a um pedido da família, preocupada com a segurança. "Ele andava com o carro do PT, mas tiraram dele", anotou. O advogado informou que, depois de comprar o Ômega, Delúbio vendeu o Toyota Corolla ano 2005, por R$ 60 mil, em Goiânia. O advogado rebateu especulações sobre enriquecimento ilícito de Delúbio. "Em se tratando de Delúbio tudo é notícia. Ele pauta sua vida pela legalidade".
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