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O juiz João Carlos da Rocha Mattos disse hoje na CPI dos Bingos que o atual chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André e apontado como um dos principais articuladores do esquema de corrupção na prefeitura, coordenavam as conversas telefônicas gravadas em 42 fitas. Segundo o juiz, tudo era repassado para o deputado José Dirceu (PT-SP). De acordo com Mattos, eles também falavam em código, com receio de estarem sendo grampeados, e combinavam pagamentos, segundo a Agência Senado. A apuração do assassinato, segundo o juiz, não interessava ao PT porque mostraria a corrupção em Santo André. "Isso também fica claro nas ligações", afirmou.
Segundo o juiz, as 42 fitas que comprometem Carvalho com o caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, do PT, ocorrem entre várias pessoas, entre elas Klinger; Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do assassinato; Ronan Maria Pinto; um deputado estadual do PT; o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP) e o próprio Carvalho. As fitas, disse o juiz, ainda existem e estão em poder da Justiça. "Eu não dei sumiço nas fitas, como me acusaram" afirmou o juiz.
De acordo com Mattos, Carvalho instruía Ivone, a viúva de Celso Daniel, a comportar-se como "uma viúva sofrida" no programa de televisão de Hebe Camargo. Contou também que, no diálogo de todas essas pessoas, "não havia o mínimo lamento de ninguém pela morte do prefeito; era um morto muito pouco querido".
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