O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza voltou a negar, em acareação com outros envolvidos no "mensalão", que tenha enviado dinheiro para contas do publicitário Duda Mendonça em paraíso fiscal, como pagamento de serviços de publicidade para o PT. Segundo Valério, todos os cheques que emitiu foram rastreados, o que comprova não ter enviado dinheiro ao exterior.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também negou ao deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) que tenha remetido qualquer valor para fora do Brasil. Segundo a Agência Câmara, Delúbio garantiu à CPI do Mensalão que, enquanto foi tesoureiro do partido, não existiu nenhuma conta do PT no exterior.
Em depoimento no mês de agosto, Duda Mendonça disse que Marcos Valério sugeriu a ele a abertura de contas bancárias no exterior para receber o pagamento de serviços de publicidade prestados ao PT. Duda trabalhou na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República e de outros candidatos do PT na campanha de 2002, tendo depois prestado serviços ao partido em 2003. A conta criada pelo publicitário no paraíso fiscal das Bahamas recebeu em 2003 R$ 10,5 milhões em depósitos de vários bancos internacionais, entre eles o Banco Rural Europa.
Marcos Valério explicou a Mendes Thame que a empresa Guaranhuns, que recebeu repasses autorizados pelo PT, foi apresentada pelo PL. Já o contato com a corretora Bonus-Banval, também utilizada nas transferências de dinheiro do PT, foi feito por meio do PP.
Valério informou ainda que já entrou na Justiça para reclamar o recebimento de R$ 55 milhões emprestados ao PT, fora a correção do valor.
A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) questionou Delúbio Soares sobre a formação da base aliada do governo no plenário. "Não tenho a menor dúvida de que havia dinheiro no plenário". Segundo ela, o dinheiro serviu para pagar a base aliada do governo depois das eleições.
Irmão de Genoino
Valério também confirmou na acareação que foram pagos R$ 250 mil ao deputado estadual do Ceará José Nobre Guimarães, irmão do ex-presidente do PT José Genoino, e para o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), que renunciou recentemente.
|