O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), vai submeter à Executiva do partido a proposta de apresentar ao Ministério Público uma representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2002.
Agripino usará como base da representação as declarações, feitas na CPI do Mensalão nesta quinta-feira, do presidente do PL, ex-deputado Valdemar Costa Neto, e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de que recursos não contabilizados do empresário Marcos Valério de Souza foram usados para pagar dívidas da campanha do segundo turno de 2002.
Mais cedo, na CPI, o deputado Moroni Torgan (PFL-CE) já havia sinalizado na direção proposta por Agripino. "Os três (Valério, Costa Neto e Delúbio) dizem que mandaram dinheiro para pagar contas de campanha do presidente. Se fosse um deputado, haveria a representação no Conselho de Ética contra ele. Caixa dois vale para o deputado mas não vale para o presidente?", argumentou Torgan.
"Deputados nós punimos, e o presidente, vamos passar a mão na cabeça? Estamos pensado pequeno. Se o dinheiro é ilícito para o deputado é ilícito para o presidente. Nós temos que representar contra o presidente", acrescentou.
O PL fazia parte da coligação do então candidato Lula, que tinha como candidato a vice José Alencar, então filiado ao partido.
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