Ministério Público amplia suspeitas de caixa 2

 

Politica - 31/10/2005 - 12:06:22

 

Ministério Público amplia suspeitas de caixa 2

Ribeirão Preto

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Documentação reunida pelo Ministério Público (MP) de São Paulo revela indícios de prática de contabilidade paralela na segunda gestão petista em Ribeirão Preto (SP), entre os anos de 2001 e 2004. Papéis reunidos pela Promotoria demonstram movimentações financeiras entre a prefeitura e fornecedores que não constam dos registros oficiais. De acordo com o MP, esse fato indicaria prática de caixa dois naquele município, comandado pelo ministro Antonio Palocci (PT) entre 2001 e 2002 - quando o titular da Fazenda deixou o cargo para comandar a campanha eleitoral do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Foi substituído pelo vice, Gilberto Maggioni, que ficou na prefeitura até 2004. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a suposta contabilidade paralela reforça a tese do MP de que empresas "laranjas" recebiam da prefeitura por serviços fictícios ou superfaturados, a fim de depositarem uma parcela dos recursos para terceiros. O MP trabalha com a hipótese de que a "arrecadação" ilegal supostamente realizada naquele município teria servido de modelo para abastecer a campanha vitoriosa de Lula em 2002. A revista Veja acusa dois ex-integrantes da administração Palocci - Ralf Barquete e Vladimir Poleto - de terem ajudado a abastecer o caixa dois do PT para a campanha de Lula. Segundo a publicação, Barquete (morto em 2004), ex-secretário da Fazenda, e Poleto, ex-auxiliar de Barquete, trouxeram de Cuba dinheiro destinado a custear despesas eleitorais do PT em 2002. A direção do PT e membros do governo negam as acusações. A investigação dos promotores está centrada nos projetos Vale dos Rios e Fábricas de Equipamentos Sociais, que nunca foram concluídos e, juntos, custaram mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu parecer contrário às contas do primeiro, enquanto o segundo ainda será analisado. As suspeitas do MP se baseiam em planilha com a suposta "contabilidade paralela", além de cinco notas fiscais referentes aos projetos, no valor total de R$ 47 mil e emitidas ao longo de três meses - em período no qual os mesmos estavam praticamente parados. O MP também cita depoimento no qual uma das empresas pagas pela prefeitura local serviria apenas para movimentar recursos. A referida planilha foi entregue à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) em 2002, pelo empreiteiro Vicente Muñoz Dias. No documento, Dias relata pagamentos em espécie de R$ 10,4 mil que não constam do balanço oficial da Coderp, estatal responsável pelas obras naquele município e hoje controlada pelo PSDB. O empresário entregou a planilha, diz o MP, para cobrar honorários ainda pendentes com a Coderp. O pedido foi negado. Os pagamentos teriam sido feitos na época por Augusto Pereira Filho, superintendente do órgão até abril de 2002. No mês passado, durante depoimento ao Ministério Público, o ex-chefe-de-gabinete do Ministério da Fazenda e ex-superintendente da Coderp, Juscelino Dourado, negou qualquer irregularidade.

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