O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), encaminhou hoje (31) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos o pedido de convocação nove pessoas. Virgílio quer que elas testemunhem sobre a denúncia da revista Veja de que o governo cubano teria feito uma contribuição para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. A doação de estrangeiros para campanha é vedada pela legislação eleitoral.
Em entrevista à Veja, dois ex-assessores de Antonio Palocci, na Prefeitura de Ribeirão Preto, disseram ter ouvido que o governo cubano enviou dinheiro para a campanha. Um dos ex-assessores, Rogério Buratti, diz ter sido procurado por Ralf Barquete, que foi secretário da Fazenda na administração municipal de Palocci.
Segundo Buratti, Barquete buscava uma forma de trazer US$ 3 milhões de Cuba. "Sei que o dinheiro veio, mas não sei como", disse Buratti, segundo a revista. Ralf Barquete morreu no ano passado. Já outro ex-assessor, Vladimir Poleto, diz ter levado, em um avião, três caixas de bebida de Brasília a Campinas, no interior paulista. Lá, entregou-as a Barquete, que teria dito que as caixas continham US$ 1,4 milhão.
Virgílio pediu a convocação de Rogério Buratti e Vladimir Poleto, dois ex-assessores da Prefeitura de Ribeirão Preto, do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do então presidente do PT, deputado José Dirceu (SP). Também do empresário dono do avião Sêneca que teria transportado o dinheiro cubano, Roberto Colnaghi e o empresário Roberto Carlos Kurzweil, dono da locadora de um Ômega preto que teria sido utilizado para transportar o dinheiro do aeroporto de Campinas até São Paulo.
Também pede a convocação de Éder Eustáquio Soares Macedo, motorista do Ômega, Sueli Ribas Neto, da viúva de Ralf Barquete e de Chaim Zaher, empresário que teria ouvido as declarações da viúva de Barquete. Além dos nove pedidos de convocação, Virgílio apresentou um pedido para convidar a depor Sérgio Cervantes, diplomata cubano no país que teria participado da operação, segundo a revista.
Virgílio diz que o PSDB ainda estuda se vai pedir a convocação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para depor. "Palocci será convocado se as pessoas (que vão depor na CPI) comfirmarem que ele foi o orientador. Fora disso vamos mantê-lo de fora para mostrar a sobriedade com que o PSDB tem se conduzido", afirmou o líder tucano.
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