O empresário Marcos Valério esteve nesta terça-feira em Brasília para um encontro reservado com integrantes da CPI do Mensalão. Ele veio ao Congresso Nacional para tentar tirar dúvidas que surgiram após a acareação realizada na CPI, na semana passada, entre ele e vários envolvidos no escândalo, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. A reunião a portas fechadas com o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), com o relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) e com os senadores Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e Romeu Tuma (PFL-SP).
Abi-Ackel não revelou os detalhes da conversa. Ele disse apenas que foi um encontro marcado na última hora em que o empresário quis apresentar dados relacionados à contabilidade de suas empresas. Segundo outros participantes da reunião, Marcos Valério teria dito que não foi o único a operar para o PT por meio de empréstimos bancários. O publicitário chegou a dizer que ele era considerado o menor no meio de todo esquema, que, de acordo com ele, contou com a participação de outras pessoas. A partir desta informação, CPI decidiu investigar outras empresas estatais como a Infraero e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Para o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Marcos Valério ainda tem muito o que revelar.
O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel, comentou ainda que nos próximos dias a Comissão deverá revelar o nome de outras autoridades que receberam dinheiro do esquema do valerioduto. Segundo ele, a Polícia Federal está tentando identificar se cinco pessoas que tiveram seus nomes citados durante acareação na semana passada têm ligação com deputados. Caso elas tenham sacado recursos das contas de Marcos Valério para parlamentares, a lista de cassáveis poderá aumentar. Até agora, um deputado foi cassado, um absolvido, quatro renunciaram, e 13 respondem a um processo no Conselho de Ética por envolvimento com o mensalão.
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