O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ao jornal O Estado de S.Paulo que a comissão deve pedir o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken, responsável pela gestão dos contratos publicitários quando comandava a Secretaria de Comunicação de Governo. Em entrevista ao Bom Dia Brasil, Serraglio afirmou hoje que há um rol infindável de pessoas que serão indiciadas. Apesar de alegar que não iria antecipar nomes, apontou o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB), Henrique Pizzolato, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério de Souza. Delúbio deve responder por suposto tráfico de influência; Valério, por corrupção e peculato (uso de dinheiro público); e Pizzolato, também por peculato.
Ontem, Serraglio rechaçou a tese de empréstimos como fonte dos recursos, defendida pelo empresário Marcos Valério - operador do esquema junto com o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Segundo o relator da CPI, R$ 10 milhões do "valerioduto" foram desviados do Banco do Brasil.
Para Serraglio, Gushiken pode ser punido caso se comprove que ele tinha conhecimento dos referidos repasses da Visanet à agência de publicidade DNA, de Marcos Valério, supostamente para pagar campanhas publicitárias na promoção dos seus cartões de crédito e débito. O BB é o principal acionista da Visanet, com 31,9% do capital.
O parlamentar afirmou, ainda, sem mencionar outros nomes, que o relatório final vai responsabilizar "pessoas do governo". Ele, contudo, disse que não pretende responsabilizar o PT pelas supostas irregularidades. Na hipótese de indiciamento, os eventuais acusados podem responder por crimes de lavagem de dinheiro, formação da quadrilha, prevaricação, peculato e corrupção ativa e passiva.
A Visanet negou ontem, por meio de nota, que tenha "abastecido" as empresas de Valério para repasses de dinheiro a parlamentares da base aliada do governo. A empresa informou que o Banco do Brasil indicou a DNA Propaganda como a agência responsável pelas campanhas.
Procurado pela CPI, o BB apresentou uma notificação que teria enviado à DNA no dia 25 de outubro de 2005, sobre uma investigação interna que fez sobre o assunto. O banco aponta que dos R$ 35 milhões adiantados como pagamento, R$ 9 milhões foram serviços pagos que não foram executados.
|