O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que considera "absurda a tese" apontada pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, sobre a suposta participação do Banco do Brasil em campanhas eleitorais do PT. Em entrevista concedida em Mar del Plata, onde participou da Cúpula das Américas o presidente afirmou que o Banco do Brasil já deu explicações sobre esses fatos. Lula declarou que é preciso parar com "o denuncismo vazio" e prometeu uma ampla investigação sobre as denúncias de que dinheiro público financiou campanhas do Partido dos Trabalhadores. "O que precisamos no Brasil é parar com insinuações que são desmentidas no dia seguinte".
O presidente também pediu para que não se execrem "instituições e nem personalidades" e disse que em sua função não pode "nem condenar nem absolver antes", precisando esperar pela conclusão de investigações. "Mas acho que é prudente que as pessoas não acusem nem ao PT nem a nenhum outro partido político antes de ter a prova final do processo", acrescentou.
Antes de finalizar a entrevista, Lula ainda destacou a força e a solidez das instituições do Brasil. Segundo ele, "há cinco meses há várias CPIs funcionando da forma mais democrática possível e o resultado vai ser bom para o povo brasileiro".
Provas
Na última sexta-feira, o sub-relator de Depoimentos e Sigilos da CPI, deputado Carlos Abicalil (PT-MT), contestou Serraglio sobre a origem do dinheiro, com base em documentos reunidos nos arquivos da própria Comissão.
Abicalil rebateu as deduções de Serraglio sobre o suposto uso de verbas da Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos (Visanet), que seria autorizado pelo Banco do Brasil, para o abastecimento do PT por meio de simulações de empréstimos junto ao Banco de Minas Gerais (BMG).
"O relator agiu com imprudência e precipitação. Não aceito como verossímil com base nos documentos que estão dentro da CPI. Ele usou um documento do Banco do Brasil que havia acabado de chegar à comissão", disse Abicalil a jornalistas.
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