O relatório parcial que a CPI dos Correios irá divulgar amanhã vai afirmar que o Banco do Brasil seria reponsável por um terço de todos os créditos registrados nas contas do empresário Marcos Valério entre os anos de 2001 e 2005, totalizando R$ 1,2 bilhão. O dinheiro não seria proveniente apenas da Visanet, mas de outras subsidiárias do BB como BB Administradora de Cartões de Crédito, Brasilprev, Companhia de Seguros Aliança do Brasil, Banco Popular e BBtur Viagens e Turismo Ltda, e ainda a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB (Cassi). A CPI, agora, tenta descobrir se parte desses recursos foi desviada para financiar o caixa dois do PT. Na semana passada, o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), se disse convencido de que a Visanet pagou indevidamente cerca de R$ 10 milhões a Valério. O dinheiro, diz o parlamentar, foi depois entregue a petistas e aliados do governo, por meio de um empréstimo fictício feito pelo empresário. Esta seria a prova de que recursos públicos teriam abastecido o caixa dois do PT
Segundo o jornal O Globo, do total pago pelo Banco do Brasil e suas subsidiárias às empresas de Valério, cerca de 60% foi parar na DNA Propaganda, agência de publicidade de Valério responsável por vários contratos com estatais antes da eclosão do escândalo do "mensalão".
Além do BB e suas empresas, a CPI está convencida de que outras estatais abasteceram o "valerioduto". Estão sob investigação a Eletronorte e os Correios, além do Governo do Distrito Federal (GDF), a Câmara Legislativa do Distrito Federal e as prefeituras de Contagem e Betim, ambas de Minas Gerais. Também se suspeita de contratos de Valério com empresas privadas como Telemig Celular, Amazônia Celular, Brasil Telecom, Usiminas, Cosipa e a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), do vice-presidente José Alencar.
Contudo, a CPI não reuniu provas contra essas empresas.
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