Oposição reage a Lula, governistas elogiam entrevista

 

Politica - 09/11/2005 - 10:59:47

 

Oposição reage a Lula, governistas elogiam entrevista

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A oposição reagiu com ironia e novas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas declarações em entrevista ao programa Roda Viva na segunda-feira. Líderes do PSDB e do PFL avaliaram que o presidente exagerou nos auto-elogios e na defesa que fez a companheiros petistas. "Ele assumiu a posição de que é solidário com os companheiros. E como ele disse que é o maior responsável por tudo, ele se colocou em posição delicada. Não quero acusar antes da hora, mas e se provam que tudo isso do Delúbio é irrefutável, ele é responsável?", questionou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em entrevista a uma rádio. Ao comentar a posição de Lula que disse não acreditar na existência do mensalão e outras afirmações, o prefeito de São Paulo, o também tucano José Serra não poupou a ironia. "Admissível ele dizer (que o mensalão não existiu) é, mas até paredes do Congresso sabem que ele existiu", disse Serra a jornalistas nesta terça-feira. Primeira vez "O que eu li pareceu o seguinte: daqui a pouco Lula vai dizer que quem descobriu o Brasil não foi Pedro Álvares Cabral, foi ele. De repente aparece como autor de tudo", disse Serra. A mesma comparação já havia sido feita no início da manhã por Fernando Henrique. "Parece que ele é o Pedro Álvares Cabral, descobriu o Brasil, tudo é pela primeira vez". Já o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), contestou Lula sobre a autoridade que o seu partido tem para um eventual pedido de impeachment do petista. "O PFL, na realidade, tem autoridade moral, o que não tem é autoridade legal para propor o impeachment. O presidente que jurou a Constituição deveria tê-la lido. Ele cometeu um erro por falta de leitura, o que não é o seu forte", disse o senador. Ao Roda Viva, Lula disse que o PFL não tem "autoridade política" para ser autor de um processo de impeachment. Já Luiz Gushiken, do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, defendeu Lula, classificando a participação do presidente como "clara e sincera". Para ele, as alegações do presidente contra a existência do "mensalão" e sobre o "julgamento político" contra o ex-ministro e deputado federal José Dirceu (PT-SP) foram verdadeiras. "Não se provou (o mensalão) e o processo em torno do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é político. Considero (a entrevista) um momento importante do relacionamento do presidente com a sociedade", argumentou. Mas para a oposição, o presidente passou a idéia de que "governa um país ignorando os problemas dele", nas palavras do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM). "A crise, segundo Lula, passa a quilômetros de distância do Palácio do Planalto. Acorda, Lula!", disse o deputado pefelista. O vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS), por sua vez, espera que o governo fale mais com a imprensa. "Espero que seja a primeira de uma série. Afinal de contas, a disposição dele é importante para esclarecer dúvidas e não deixar que criem conceitos errados sobre a sua conduta." Já os companheiros de partido do presidente consideraram que Lula respondeu de maneira "franca e objetiva" a todas as perguntas. "No meu ponto de vista apresentou respostas consistentes para diversos questionamentos que foram feitos", disse o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS). "Nada do que foi perguntado deixou de ser respondido. Ele foi bastante contundente. Disse que tudo deve ser investigado e apurado", avaliou o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP).

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