As recentes críticas da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao colega da Fazenda, Antonio Palocci, levaram o próprio comandante da economia a reclamar do episódio, ontem, perante o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Na ocasião, Palocci teria ameaçado deixar o cargo, pois estaria sentindo-se desgastado politicamente ao acumular a condução da política econômica e a administração da crise política. Na época em que centraliza as denúncias contra o governo e prestes a falar sobre as mesmas no Senado, Palocci não gostou das afirmações de Dilma, que classificou de "rudimentar" a proposta de ajuste fiscal de longo prazo defendida pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o próprio ministro da Fazenda.
Ela também irritou o colega ao dizer que política monetária de juros altos não tira o país "do atoleiro" e é como "enxugar gelo" - ineficaz para a redução da dívida pública.
O "fogo amigo" de Dilma não é a primeira crítica às decisões de Palocci dentro do próprio governo, mas, atualmente, o titular da Fazenda está mais desgastado, com acusações envolvendo suposto envio de dinheiro do governo cubano para a campanha de Lula (da qual o ministro foi um dos coordenadores). A gestão de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto também tem motivado uma série de acusações contra o petista na CPI dos Bingos, polícia e Ministério Público de São Paulo.
Palocci também conversou pessoalmente com a minisra Dilma, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. Na ocasião, ela teria amenizado as críticas feitas a ele e a Paulo Bernardo.
|