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Ao comentar pela primeira vez com jornalistas a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que afirmou, há uma semana, que "a ética do PT é roubar", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou pronunciar o nome de seu antecessor e remeteu ao partido a reação às críticas do tucano. "Primeiro, eu não sou obrigado a ler tudo que determinadas pessoas falam", disse Lula a jornalistas na localidade de Ouidah, próxima à capital de Benin. "Segundo, esse é um problema que o PT saberá cuidar."
A declaração de FHC foi dada em entrevista publicada na edição desta semana da revista IstoÉ. Na última segunda-feira, o PT anunciou que irá acionar o ex-presidente na Justiça.
Reeleição
Lula disse que ainda não conversou sobre sua candidatura à reeleição com ninguém. "Não discuti com a minha família, com o meu governo, com o meu partido. Não é tempo, não tenho pressa." Lula tem até junho para se candidatar.
Para Lula, nas eleições presidenciais deste ano não se repetirão a instabilidade e a crise de confiança dos investidores no Brasil, como ocorreu em 2002, ano de sua eleição. "Não há essa hipótese. Eu não acredito que qualquer pessoa que venha a governar o Brasil pelos próximos dez anos faça qualquer loucura com a economia", disse o presidente.
Segundo ele, a persistência da política econômica desde o início do governo é responsável pelo aumento da credibilidade da economia brasileira. Ao comentar nesta sexta-feira a nova queda do risco-país de mais de 10%nesta sexta-feira, o presidente atribuiu o resultado à "seriedade" na condução da economia e enfatizou que o processo eleitoral não vai alterá-la.
"Nem uma nem duas nem três nem quatro eleições me fariam mudar a trajetória que estamos fazendo na economia e a seriedade com que estamos governando o país. Nada! Não haverá futilidades por parte do governo", garantiu Lula a jornalistas que o acompanham em sua quinta viagem à África.
"Vamos fazer aquilo que devemos e podemos fazer, sem criar nenhum prejuízo para os que venham depois de nós", acrescentou o presidente.
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