Evocando o "sobrenatural", o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, voltou nesta sexta-feira a criticar a política monetária e o nível dos juros no País. "A impressão que se tem dentro dessa política monetária perversa é que nós tenhamos feito um pacto com o diabo. Lá na minha terra, não se mata diabo com revólver 38 e muito menos 32. Tem de ser 45 para cima", disse Alencar em cerimônia em São Paulo.
O vice-presidente assistia à posse do novo titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, Miguel Srougi. >Perguntado sobre quem seria o diabo neste pacto, Alencar desconversou. "O diabo é o sobrenatural. Se eu soubesse, ele já estava morto há muito tempo."
Crítico contumaz dos juros altos praticados no Brasil, Alencar comentou as dificuldades de investimentos em educação e saúde mencionadas por Srougi, durante a cerimônia. "Eu atribuo grande parte dessas dificuldades ao regime de juros que há mais de 20 anos tem transferido renda do setor produtivo para o setor financeiro", disse o vice-presidente.
Para ele, o custo de capital é tão alto no país que impede que o trabalho seja remunerado corretamente. "E por que impede? Porque os investimentos estão muito aquém da potencialidade de crescimento da economia, isso achata o nível salarial do Brasil."
Alencar reafirmou seu otimismo quanto à possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula ainda não se declarou publicamente candidato, mas a expectativa geral é de que disputará as eleições de outubro.
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