A estréia britânica do filme baseado em O Código da Vinci, de Dan Brown, pode ser atrasada ou suspensa devido ao processo por plágio apresentado contra a editora, informa o diário The Times.
Michael Baigent e Richard Leigh, autores de The Holy Blood and the Holy Graal ("O Sangue Santo e o Santo Graal"), sustentam que Brown plagiou em seu romance a complexa estrutura do livro que eles escreveram há 22 anos.
Na próxima semana, Brown, a quem O Código da Vinci transformou em multimilionário, deve comparecer a um tribunal londrino para prestar testemunho a favor da editora Random House.
O resultado do julgamento pode ter repercussões sobre a lei de "direitos autorais" já que estabelecerá até que ponto um autor pode tomar emprestadas idéias de outro.
Se o juiz der a razão aos querelantes, estes podem tentar obter um mandato judicial que afetaria tanto as vendas do livro como o próprio filme.
Baigent e Leigh argumentam que o livro de Brown, uma história de conspirações e assassinatos, é baseado na teoria que eles expõem em seu próprio livro, fruto de mais de 10 anos de pesquisas.
Segundo os dois autores, Brown utilizou a hipótese central de seu livro: que Jesus se casou com Maria Madalena, com quem teve um filho, se criando uma linha de sangue que seria protegida ao longo dos séculos por sociedades secretas.
Baigent e Leigh sustentarão além disso, segundo antecipa The Times, que há em O Código da Vinci, várias referências específicas a seu livro e que, por exemplo, o personagem Leigh Teabing é uma homenagem a eles mesmos: Leigh é Richard Leigh enquanto em Teabing aparece em diferente ordem as letras do sobrenome Baigent.
O Código da Vinci, que conta a história de um analista em simbologia da Universidade de Harvard que descobre uma conspiração que data de dois mil anos, foi traduzido para 44 idiomas, e já foram vendidos mais de 40 milhões de exemplares.
Segundo a revista Forbes, Dan Brown ganhou US$ 76,5 milhões entre junho de 2004 e junho do ano seguinte.
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